A resistência a múltiplos fármacos é o principal obstáculo no tratamento de pacientes com câncer. O mecanismo responsável pela resistência múltipla mais bem caracterizado envolve a expressão do produto do gene MDR-1, a glicoproteína P. Entretanto, o processo de resistência tem fatores múltiplos. Estudos de mecanismos de resistência múltipla a fármacos têm dependido da análise de linhagens celulares tumorais que foram selecionadas e apresentam reatividade cruzada a uma ampla faixa de agentes anti-tumorais. Este trabalho caracteriza uma linhagem celular com múltipla resistência a fármacos, selecionada originalmente pela resistência ao alcalóide de Vinca vincristina e derivado da linhagem eritro-leucêmica K562. Esta linhagem celular, denominada Lucena 1, super-expressa a glicoproteína P e tem sua resistência revertida pelos quimio-sensibilizantes verapamil, trifluoperazina e ciclosporinas A, D e G. Ademais, demonstramos que o azul de metileno era capaz de reverter parcialmente a resistência nesta linhagem celular. Em contraste, o uso de 5-flúor-uracil aumentava a resistência de Lucena 1. Adicionalmente aos quimioterápicos, células Lucena 1 eram resistentes radiação ultra-violeta A e peróxido de hidrogênio e deixavam de mobilizar o cálcio intra-celular quando se usava tapsigargina. Mudanças no cito-esqueleto desta linhagem foram também observadas.
resistência múltipla a fármacos; leucemia; glicoproteína P; quimiossensibilizantes