Vinte espécies de invertebrados marinhos, coletados na costa brasileira, foram avaliados quanto à presença de atividade hemaglutinante/hemolítica. Em pelo menos doze espécies testadas, a atividade hemaglutinante foi diferencial para diferentes grupos sanguíneos, sugerindo a presença de lectinas. Extratos de quatro espécies apresentaram atividade hemolítica. Duas novas lectinas foram purificadas da esponja marinha Cliona varians (CvL-2) e do pepino-domar Holothuria grisea (HGL). CvL-2 foi capaz de aglutinar eritrócitos de coelho e foi inibida por galactosídeos. A atividade hemaglutinante foi estável em pH neutro e temperaturas abaixo de 70 °C. CvL-2 é uma proteína trímero com subunidades de 175 kDa. Por outro lado, HGL apresentou atividade hemaglutinante e hemolítica em eritrócitos humanos e de coelho, mas a hemólise pôde ser inibida por proteção osmótica, enquanto que a aglutinação foi inibida por mucina. HGL mostrou-se estável em valores de pH de 4-10 e temperaturas até 90 °C. Em eletroforeses e gel filtração, HGL foi uma proteína monômero de 15 kDa. CvL-2 e HGL mostraram diferentes níveis de toxicidade contra náuplios de Artemia. CvL-2 apresentou LC50 de 850,1 μg/mL, enquanto que HGL apresentou LC50 de 9,5 μg/mL.
purificação; hemólise; citotoxicidade; galactose