Escore VExUS na Alta Hospitalar como Preditor de Readmissão em Pacientes com Insuficiência Cardíaca Agudamente Descompensada: Estudo de Coorte

Rinaldi, Paulo Maciel; Rihl, Marcos Frata; Boniatti, Márcio Manozzo

doi:10.36660/abc.20230745

Brasil

home Sumário navigate_before Anterior Atual Seguinte navigate_next

home Sumário

Artigo Original • Arq. Bras. Cardiol. 121 (5) • 2024 • https://doi.org/10.36660/abc.20230745 linkcopiar

Escore VExUS na Alta Hospitalar como Preditor de Readmissão em Pacientes com Insuficiência Cardíaca Agudamente Descompensada: Estudo de Coorte

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Figura Central:
Escore VExUS na Alta Hospitalar como Preditor de Readmissão em Pacientes com Insuficiência Cardíaca Agudamente Descompensada: Estudo de Coorte

ICAD: insuficiência cardíaca agudamente descompensada; NYHA: New York Heart Association; VExUS: escore de ultrassonografia de excesso venoso.

Resumo

Fundamento A congestão venosa residual é um dos principais contribuintes para a readmissão de pacientes com insuficiência cardíaca, e o escore de ultrassonografia de excesso venoso (VExUS) é uma ferramenta potencialmente útil para avaliar a congestão sistêmica.

Objetivos O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre o escore VExUS antes da alta hospitalar em pacientes com insuficiência cardíaca e o risco de readmissão por insuficiência cardíaca agudamente descompensada (ICAD) em até 90 dias após a alta.

Métodos O presente estudo de coorte prospectivo envolveu adultos com sinais e sintomas de ICAD, fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 40% ou menos (insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida), sintomas de classe funcional II a IV da New York Heart Association e evidência clínica de congestão venosa necessitando de diuréticos intravenosos. Momentos antes da alta, realizamos avaliação do escore VExUS. O desfecho primário foi um desfecho composto de readmissão ou visitas de emergência devido à ICAD dentro de 90 dias após a alta hospitalar. A significância estatística foi estabelecida em p < 0,05.

Resultados A coorte foi composta por 49 indivíduos, dos quais 11 (22,4%) apresentaram o desfecho primário. Na alta, 34,7% dos participantes tiveram escore VExUS de 2 ou 3. Os pacientes com VExUS de 2 e 3 tiveram maior proporção do desfecho primário quando comparados aos pacientes com VExUS de 0 (35,3% versus 9%, p = 0,044).

Conclusões Uma proporção significativa de pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida admitidos por ICAD apresentou sinais clínicos e ultrassonográficos de congestão residual na alta. Pacientes com escore VExUS de 2 ou 3 no momento da alta hospitalar apresentaram maior risco de readmissões ou visitas de emergência por ICAD após 90 dias.

Palavras-chave Insuficiência Cardíaca; Readmissão do Paciente; Qualidade de Vida

Variáveis	Todos os pacientes (n=49)	Sem desfecho primário (n=38)	Com desfecho primário (n=11)	p
Variáveis	n (%)*	n (%)*	n (%)*	p
Idade, ano^†	59,5 (47,3 - 69,0)	56,0 (46,5 - 70,0)	64,0 (57,0 - 69,0)	0,259
Sexo masculino	35 (71,4)	25 (65,8)	10 (90,9)	0,104
Condições preexistentes
Hipertensão	32 (65,3)	23 (60,5)	9 (81,8)	0,191
Diabetes	15 (30,6)	10 (26,3)	5 (45,5)	0,225
Cardiomiopatia isquêmica	21 (42,9)	16 (42,1)	5 (45,5)	0,843
Fibrilação atrial	14 (28,6)	12 (31,6)	2 (18,2)	0,386
DRC	4 (8,2)	2 (5,3)	2 (18,2)	0,168
DPOC	7 (14,3)	6 (15,8)	1 (9,1)	0,576
Admissão por ICAD nos últimos 12 meses	16 (32,7)	10 (26,3)	6 (54,5)	0,079
Classificação funcional da NYHA				0,439
II	5 (10,2)	3 (7,9)	2 (18,2)
III	15 (30,6)	13 (34,2)	2 (18,2)
IV	29 (59,2)	22 (57,9)	7 (63,6)
Medicamentos na linha de base
Betabloqueador	36 (73,5)	26 (68,4)	10 (90,9)	0,137
IECA/BRA	36 (73,5)	27 (71,1)	9 (81,8)	0,476
Antagonista mineralocorticoide	22 (44,9)	15 (39,5)	7 (63,6)	0,156
INRA	3 (6,1)	3 (7,9)	-	0,336
Nitratos	8 (16,3)	6 (15,2)	2 (18,2)	0,850
Inibidor de SGLT2	4 (8,2)	4 (10,5)	-	0,261
Digitálicos	9 (18,4)	4 (10,5)	5 (45,5)	0,008
Diuréticos de alça	37 (75,5)	28 (73,7)	9 (81,8)	0,581
Tiazídicos	2 (4,1)	-	2 (18,2)	0,047
Dados laboratoriais na linha de base
Hemoglobina (g/dL)^‡	13,4 ± 2,0	13,6 ± 2,0	12,8 ± 2,1	0,291
Creatinina (mg/dL)^†	1,2 (0,9-1,4)	1,1 (0,9-1,3)	1,3 (1,1-1,6)	0,122
Sódio (mmol/L)^†	139,0 (136,0-141,0)	140,0 (136,8-142,0)	136,0 (132,0-139,0)	0,018
Dados da internação
Fração de ejeção^‡	24,2 ± 6,4	24,3 ± 6,2	24,0 ± 7,0	0,896
Disfunção ventricular direita	27 (55,1)	21 (55,3)	6 (54,5)	0,966
Ventilação não invasiva	6 (12,2)	6 (15,8)	-	0,159
Vasodilatador intravenoso	15 (30,6)	11 (28,9)	4 (36,4)	0,638
Uso de inotrópicos	5 (10,2)	3 (7,9)	2 (18,2)	0,321
Tempo de internação hospitalar (dias)^†	15,0 (9,0-21,0)	14,5 (8,8-21,0)	15,0 (10,0-18,0)	0,548
Medicamentos na alta
Betabloqueador	47 (95,9)	37 (97,4)	10 (90,9)	0,340
IECA/BRA	34 (69,4)	28 (73,7)	6 (54,5)	0,225
Antagonista mineralocorticoide	39 (79,6)	28 (73,7)	11 (100,0)	0,057
INRA	7 (14,3)	5 (13,2)	2 (18,2)	0,675
Nitratos	13 (26,5)	10 (26,3)	3 (27,3)	0,950
Inibidor de SGLT2	10 (20,4)	8 (21,1)	2 (18,2)	0,835
Digitálicos	19 (38,8)	15 (39,5)	4 (36,4)	0,852
Diuréticos de alça	46 (93,9)	35 (92,1)	11 (100,0)	0,336
Tiazídicos	10 (20,4)	5 (13,2)	5 (45,5)	0,019
Sinais vitais na alta
Pressão arterial sistólica^†	109,0 (94,5-119,0)	109,5 (94,8-118,5)	105,0 (93,0-120,0)	0,914
Frequência cardíaca^‡	72,4 ± 12,9	74,1 ± 13,6	66,5 ± 8,0	0,027
Achados laboratoriais na alta
Creatinina (mg/dL)^†	1,1 (1,0-1,6)	1,1 (1,0 - 1,3)	1,6 (1,1-2,1)	0,028
Sódio (mmol/L)^†	138,0 (134,0-139,0)	138,0 (135,8-139,0)	134,0 (133,0-138,0)	0,047

Variável	Todos os pacientes (n=49)	Sem desfecho primário (n=38)	Com desfecho primário (n=11)	p
Variável	n (%)*	n (%)*	n (%)*	p
Escore EVEREST^†	2,0 (1,0 - 3,0)	1,5 (1,0 - 3,0)	2,0 (1,0 - 3,0)	0,759
Escore EVEREST ≥ 2	26 (53,1)	19 (50,0)	7 (63,6)	0,425
Número de quadrantes positivos na ultrassonografia pulmonar				0,692
0-1	30 (61,2)	24 (63,2)	6 (54,5)
2-3	13 (26,5)	9 (23,7)	4 (36,4)
4-8	6 (12,2)	5 (13,2)	1 (9,1)
Escore VExUS
0	22 (44,9)	20 (52,6)	2 (18,2)
1	10 (20,4)	7 (18,4)	3 (27,3)	0,131^‡
2 ou 3	17 (34,7)	11 (28,9)	6 (54,5)	0,044^‡

vertical_align_top file_download show_chart

more_horizclose
- image
- translate
- link
- article
- vertical_align_top
- file_download
- show_chart
- image
- translate
- link
- article

location_on

Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br

rss_feed Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS

Acessibilidade / Reportar erro

[TFN1] BRA: bloqueador do receptor da angiotensina II; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; DRC: doença renal crônica; ICAD: insuficiência cardíaca agudamente descompensada; IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; INRA: inibidor da neprilisina e do receptor de angiotensina-neprilisina; NYHA: Associação do Coração de Nova York; SGLT2: cotransportador sódio-glicose-2. * Salvo indicação contrária. ^† Os valores são expressos como mediana (intervalo interquartil). ^‡ Os valores são expressos como média ± desvio padrão.