RESUMO
RACIONAL: O transplante de fígado representa a melhor modalidade terapêutica na doença hepática crônica terminal, hepatite aguda grave e casos selecionados de tumores hepáticos.
OBJETIVOS: Descrever um retransplante duplo em paciente do sexo masculino, diagnosticado com doença de Crohn e complicado com colangite esclerosante primária, hipertensão portal grave e colangiocarcinoma diagnosticado no fígado transplantado.
MÉTODOS: Paciente do sexo masculino, 48 anos, diagnosticado com doença de Crohn há 25 anos e complicado com colangite esclerosante primária e hipertensão portal grave. Foi submetido a um transplante de fígado em 2018 devido a cirrose biliar secundária. Em 2021, foi diagnosticada recidiva de colangite esclerosante primária e indicado retransplante hepático. A hepatectomia do receptor foi de alta complexidade devido à trombose complexa da veia porta, exigindo extensa tromboendovenectomia. Foi realizada ultrassonografia intraoperatória com doppler hepático. Dois nódulos suspeitos foram diagnosticados incidentalmente no fígado do doador e imediatamente removidos para avaliação anatomopatológica.
RESULTADOS: Após confirmação patológica de carcinoma, provável colangiocarcinoma, pela congelação, o paciente foi relistado como prioridade nacional, e novo transplante hepático foi realizado em 24 horas. O paciente teve alta após 2 semanas.
CONCLUSÕES: O rastreamento de neoplasias em órgãos doados deve fazer parte de nosso estrito arsenal diagnóstico diário. Além disso, defendemos que, em benefício de um diagnóstico correto e da viabilidade de um procedimento mais seguro, a adoção de uma rotina de exames de imagem é essencial em doadores hepáticos, permitindo a redução dos custos e alguns riscos potenciais do procedimento de transplante hepático.
DESCRITORES: Transplante de fígado; Colangite esclerosante; Colangiocarcinoma