RESUMO
Racional: Re-fundoplicatura é o procedimento mais frequentemente realizado após falha na fundoplicatura, mas neste caso a falha é ainda maior.
Objetivo: a) discutir os resultados da fundoplicatura e re-fundoplicatura nesses casos; e b) analisar em que situação clínica há espaço para gastrectomia após falha na fundoplicatura.
Método: Esta experiência inclui 104 pacientes submetidos à re-fundoplicatura após falha da operação inicial, sendo 50 casos de esôfago de Barrett de segmento longo e 60 pacientes com obesidade mórbida, comparando-se o resultado pós-operatório em termos de pH clínico, endoscópico, manométrico de 24 h de monitoramento.
Resultados: Em pacientes com falha após a fundoplicatura inicial, a re-fundoplicatura mostra os piores resultados clínicos (sintomas, esofagite endoscópica, manometria e pHmetria 24 h). Em pacientes com esôfago de Barrett de segmento longo, melhores resultados foram observados após fundoplicatura com gastrectomia distal em Y-de-Roux e em pacientes obesos resultados semelhantes em relação aos sintomas, esofagite endoscópica e monitoramento de pH 24 h foram observados após fundoplicatura com gastrectomia distal ou ressecção com bypass gástrico laparoscópico, enquanto que em relação à manometria, a pressão normal do EEI só foi observada após a fundoplicatura e gastrectomia distal.
Conclusão: A gastrectomia distal é recomendada para pacientes com falha após a fundoplicatura inicial, pacientes com esôfago de Barrett de segmento longo e obesos com doença do refluxo gastroesofágico e esôfago de Barrett. Apesar de sua maior morbidade, esse procedimento representa um importante acréscimo ao arsenal cirúrgico.
DESCRITORES: Refluxo gastroesofágico; Re-fundoplicatura; Esôfago de Barrett; Obesidade; Gastrectomia distal