RESUMO
RACIONAL: Os tumores neuroendócrinos são neoplasias raras de comportamento biológico incerto. O fígado é um local comum de metástase, ocorrendo em 50% dos pacientes com doença metastática.
OBJETIVOS: Analisar casuística de transplante hepático por metástases de tumores neuroendócrinos.
MÉTODOS: Estudo descritivo retrospectivo com revisão de prontuários de pacientes submetidos a transplante hepático por metástases de tumores neuroendócrinos em um único centro no Nordeste do Brasil durante 20 anos (janeiro de 2001 a dezembro de 2021).
RESULTADOS: Durante o período analisado, foram realizados 2.000 transplantes hepático, sendo 11 indicados por metástases hepáticas de tumores neuroendócrinos. A média de idade ao diagnóstico foi de 45,09±14,36 anos (26–66 anos) e 72,7% dos casos eram do sexo feminino. O local do tumor primário mais comum foi o trato gastrointestinal (64% dos casos). Após detalhada investigação, três pacientes não tiveram o local do tumor primário identificado (27%). A sobrevida global um mês e após um ano do transplante foi de 90 e 70%, respectivamente. A sobrevida após 5 anos foi de 45,4%. A taxa de sobrevida livre de doença foi de 72,7% no primeiro ano e 36,3% em cinco anos.
CONCLUSÕES: O transplante hepático é uma modalidade de tratamento com bons resultados de sobrevida global e sobrevida livre de doença, em pacientes selecionados com metástases hepáticas irressecáveis de tumores neuroendócrinos. No entanto, a seleção rigorosa dos pacientes é necessária para obter melhores resultados e o momento ideal para a indicação do transplante ainda é um tema controverso na literatura.
DESCRITORES: Carcinoma; Tumores neuroendócrinos; Transplante de fígado; Metástases neoplásicas