RESUMO
RACIONAL: A implantação de anel magnético (AM) no esôfago é um procedimento cirúrgico alternativo à fundoplicatulra, para o tratamento da doença do refluxo gastroesofágico.
OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi analisar a eficácia e segurança do anel magnético em pacientes com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
MÉTODOS: Uma revisão sistemática da literatura de artigos sobre AM foi realizada usando o banco de dados Medline entre 2008 e 2021, seguindo as diretrizes PRISMA. Um modelo de efeito aleatório foi usado para gerar uma proporção agrupada com intervalo de confiança (IC) de 95% em todos os estudos.
RESULTADOS: Um total de 22 estudos compreendendo 4.663 pacientes submetidos à colocação do AM foram analisados. O seguimento médio foi de 27,3 (7–108) meses. A proporção ponderada de melhora dos sintomas e satisfação do paciente foi de 93% (IC95% 83–98%) e 85% (IC95% 78–90%), respectivamente. A pontuação média de DeMeester (pré-AM: 34,6 versus pós-AM: 8,9, p=0,03) e pontuação GERD-HRQL (pré-AM: 25,8 versus pós-AM: 4,4, p<0,0001) melhoraram significativamente após a colocação do anel. A proporção de pacientes em uso de inbidor de bomba de prótons (IBP) diminuiu de 92,8% para 12,4% (p<0,0001). A erosão esofágica ocorreu em 1% dos pacientes, o risco aumentou significativamente para cada ano de uso do AM (OR 1,40; IC95% 1,11–1,77, p=0,004). A remoção do dispositivo foi necessária em 4% dos pacientes.
CONCLUSÕES: O AM é uma modalidade de tratamento eficaz para a DRGE. A disfagia pós-operatória é comum, e o risco de erosão esofágica aumenta com o tempo.
DESCRITORES: Refluxo Gastroesofágico; Doenças do Esôfago; Esôfago