RESUMO - RACIONAL:
A torção do tubo gástrico ou twist é uma das principais causas de refluxo persistente e intolerância alimentar após a gastrectomia vertical (GV). Até o momento, não há uma classificação proposta para a torção gástrica após GV.
OBJETIVO: Propor uma classificação endoscópica para essa condição e descrever o perfil clínico desses pacientes.
MÉTODOS: Pacientes no pós-operatório de GV apresentando achados endoscópicos de twist foram incluídos. Os pacientes foram submetidos a uma esofagogastroduodenoscopia 12 meses após a cirurgia. A classificação consiste em três graus. Grau I: rotação leve da linha de grampos, sem redução relevante do lúmen gástrico. Grau II: rotação moderada da linha de grampos, levando a uma área de estreitamento focal que requer manobras adicionais para a progressão do aparelho. Grau III: rotação severa da linha de grampos, levando à estenose, com grande dificuldade de progressão ou obstrução completa.
RESULTADOS: Dos 2.723 pacientes que foram submetidos à GV, 45 (1,6%) apresentaram twist. A maioria dos pacientes era do sex feminino (85%), com idade média de 39±10.4 anos. Quarenta e um (91,1%) apresentaram twist grau I, 3 (6,7%) apresentaram twist grau II e apenas 1 (2,2%) apresentou twist grau III. A maioria dos pacientes eram assintomáticos (n=26). O sintoma mais prevalente foi vômito (15,5%). Não foi observada correlação estatisticamente significante entre o grau de twist e a presença de sintomas ou esofagite.
CONCLUSÃO: Twist após GV é raro e geralmente assintomático. A classificação endoscópica proposta não foi estatisticamente relacionada com apresentação clínica, porém estabelece um referencial para análises futuras.
DESCRITORES: Cirurgia Bariátrica; Endoscopia Gastrointestinal; Estenose Pilórica