RESUMO
Racional: Tumores neuroendócrinos gastrointestinais são raros geralmente apresentados como tumores subepiteliais ou polipoides. O diagnóstico preciso e a indicação do tipo de ressecção ainda são desafiadores.
Objetivo: Determinar a eficácia da ecoendoscopia em determinar a profundidade das lesões (T) identificadas pela endoscopia com objetivo de avaliar indicação cirúrgica e/ou endoscópica, e avaliar os resultados da remoção endoscópica em seguimento em médio prazo.
Métodos: Foram incluídos 27 pacientes todos submetidos à ecoendoscopia para estadiamento tumoral TN e à avaliação de possível ressecção endoscópica. Os parâmetros estudados foram: tamanho da lesão, camada de origem, profundidade do acometimento e adenopatias perilesionais identificadas. Os critérios de inclusão para ressecção endoscópica foram: 1) risco cirúrgico elevado; 2) aqueles com TNE <2 cm; 3) ausência de comprometimento da muscular própria; e 4) ausência de adenopatias perilesionais na ecoendoscopia e em outros sem metástases à distância. Os critérios de exclusão foram TNE >2 cm; os com infiltração da muscular própria; com adenopatias perilesionais e metástases à distância. As técnicas utilizadas foram: ressecção com alça de polipectomia; mucosectomia com injeção de solução salina; e mucosectomia após a ligadura com banda elástica. O estudo anatomopatológico dos espécimes incluiu avaliação das margens e imunoistoquímica (cromogranina, sinaptofisina e Ki 67) para caracterizar o tumor. O seguimento foi feito com 1, 6 e 12 meses.
Resultados: Ressecções com alça de polipectomia foram realizadas em 15 pacientes; mucosectomia em cinco; mucosectomia e ligadura com banda elástica em três e os quatro restantes foram encaminhados para cirurgia. O anatomopatológico dos espécimes e as análises imunoistoquímicas mostraram cromogranina e sinaptofisina positivas, enquanto que o Ki 67 foi menor que 5% dentre todos os casos. O seguimento em médio prazo revelou três recidivas. A média de tamanho dos tumores no estômago foi de 7,6 mm e no duodeno 7,2 mm. As lesões bem demarcadas, hipoecóicas, homogêneas ocorreram em 75%; da camada mucosa em 80%; e da mucosa profunda e submucosa em 70%.
Conclusões: A ecoendoscopia mostrou ser bom método para o estudo de lesões subepiteliais podendo identificar a camada acometida pela neoplasia, grau de invasão, ecogeneicidade, heterogeneidade, tamanho da lesão e acometimento linfonodal perilesional e melhor indicar a opção de tratamento.
DESCRITORES: Endossonografia; Tumor carcinoide; Carcinoma Neuroendócrino