RESUMO
Racional: Conhecer o comportamento das neoplasias esofágicas em relação à disseminação linfonodal, distribuição de metástases e invasão local do tumor, pode auxiliar o manejo dos pacientes.
Objetivo: Descrever o envolvimento linfonodal, disseminação metastática e invasão local dos carcinomas esofágicos, de acordo com a topografia e o tipo histológico do tumor.
Método: Pacientes com diagnóstico de carcinoma espinocelular de esôfago (n=444) e adenocarcinoma de esôfago (n=105) foram retrospectivamente analisados. Foram divididos em quatro grupos: adenocarcinoma e carcinoma espinocelular do segmento cervical, médio e distal. Tais grupos foram comparados baseando-se em tomografias computadorizadas realizadas no momento do diagnóstico.
Resultados: Disseminação linfonodal mostrou grande associação com topografia do tumor. Linfonodos do ligamento hepatogástrico, perigástricos e peripancreáticos foram acometidos principalmente por tumores de esôfago distal; linfonodos periaórticos, interaortocavais, portocavais no carcinoma espinocelular de esôfago distal; e linfonodos subcarinais, paratraqueais, subaórticos nos tumores de esôfago médio. Cadeias cervicais foram acometidas por espinocelulares cervicais. Adenocarcinoma teve maior frequência de acometimento peritoneal (11,8%) e hepático (24,5%) do que carcinoma espinocelular. Considerando invasão tumoral local, quanto mais cranial a neoplasia, mais comum a invasão do espinocelular em vias aéreas, chegando à incidência de 64,7% nos tumores cervicais. Tumores de esôfago médio invadem mais frequentemente aorta (27,6%) e tumores de esôfago distal, o pericárdio e átrio direito (10,4%).
Conclusões: Adenocarcinoma e carcinoma espinocelular de esôfago em diferentes topografias apresentam peculiaridades na disseminação linfática, metástases à distância e invasão local do tumor. Tais diferenças devem ser consideradas no manejo do paciente com carcinoma esofágico.
DESCRITORES : Adenocarcinoma; Carcinoma espinocelular; Metástase linfática; Metástase neoplásica.