RESUMO
Racional: Estudos recentes sinalizam que o mecanismo de formação das hérnias pode estar relacionado aos tecidos colagenosos, sob a ação de agentes agressores como o tabaco, o álcool e o diabete.
Objetivo: Avaliar o colágeno presente no músculo cremaster em pacientes com hérnias inguinais enfocando o efeito do tabaco, álcool e diabete.
Métodos: Foram estudados 15 pacientes com hérnias inguinais divididos em: grupo I (n=5) controles; grupo II (n=5) indivíduos fumantes e/ou etilistas; e grupo III (n=5) indivíduos que apresentavam diabete melito. Todos foram submetidos à correção cirúrgica das hérnias inguinais obedecendo às mesmas condições pré, intra e pós-operatórias. Durante o procedimento cirúrgico, amostras do músculo cremaster foram coletadas para análises em microscopia de luz polarizada, morfometria do colágeno e de proteínas.
Resultados: A área ocupada por tecido conjuntivo foi maior nos grupos II e III (p<0,05). O tecido colágeno ocupou a maior parte das amostras analisadas, em comparação à área ocupada pelas células musculares. O conteúdo de proteínas totais foi maior nos grupos II e III, quando comparado com o grupo controle (p<0,05).
Conclusão: O tabaco, o álcool e o diabete ocasionam remodelação no músculo cremaster, levando à perda de suporte ou alteração estrutural nesta região, podendo intensificar as ocorrências e os danos relacionados às hérnias inguinais.
DESCRITORES : Músculo cremaster; Colágeno; Hérnia inguinal; Bebidas alcoólicas; Tabagismo; Diabetes.