RESUMO
Racional: As derivações intestinais revolucionaram o tratamento da obesidade mórbida pela sua viabilidade e resposta sustentada. Porém, estudos experimentais sugerem, após estas derivações, risco maior de câncer de cólon.
Objetivo: Analisar as alterações histológicas e imunoistológicas que a derivação jejunojejunal possa produzir no jejuno, íleo e cólon ascendente.
Método: Foram utilizados 24 ratos Wistar machos randomicamente divididos em dois grupos, controle (n=12) e experimento (n=12) e subdivididos em grupos de quatro. Nove semanas após a derivação jejunojejunal procedeu-se a ressecção segmentar do jejuno excluso, íleo terminal e cólon ascendente. Análise histológica focou na espessura da mucosa, altura dos vilos, profundidade das criptas e a imunoistoquímica na expressão do Ki-67 e p53.
Resultados: Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos experimento e controle em relação à espessura da mucosa no jejuno (p=0,011), no íleo (p<0,001) e no cólon (p=0,027). Também houve diferença significativa em relação à altura dos vilos no íleo (p<0,001) e profundidade das criptas no jejuno (p<0,001). Os resultados indicaram que existe diferença significativa entre os grupos em relação à expressão do Ki-67 no cólon (p<0,001). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em relação à expressão do Ki-67 no jejuno e no íleo. Na avaliação do P53, foi encontrada coloração nuclear negativa em todos os casos.
Conclusão: O desvio realizado na derivação gastrojejunal em Y-de-Roux, predispõem efeitos proliferativos epiteliais, causando aumento da espessura da mucosa, altura dos vilos e profundidade das criptas do jejuno, íleo e cólon ascendente.
DESCRITORES: Bypass jejunoileal; Proteína supressora de tumor p53; Antígeno Ki-67; Obesidade