RESUMO - RACIONAL:
A obstrução do intestino delgado (OID) é uma causa frequente de admissões ao Serviço de Emergência.
OBJETIVO: Determinar os fatores de risco de reoperações, eventos adversos pós-operatórios e mortalidade operatória (MO) em pacientes com OID tratados cirurgicamente.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo entre 2014 e 2017. Critérios de exclusão: obstrução da saída do estômago, obstrução do intestino grosso e história clínica incompleta. O STATA 14 foi utilizado para análise estatística, considerando significância estatística p<0,05 com IC de 95%.
RESULTADOS: Duzentos e dezoito pacientes foram incluídos, 61,9% mulheres, 88,5% dos pacientes tinham cirurgia abdominal anterior. A ressecção intestinal foi necessária em 28,4% dos pacientes. O evento adverso pós-operatório (EAPO) esteve presente em 28,4%, a reoperação foi necessária em 9,2% dos casos e a mortalidade cirúrgica em 90 dias foi de 5,9%. A análise multivariada determinou que a ressecção intestinal, > 3 dias em UTI, > 7 dias com sonda nasogástrica (SNG), dor após o 3º dia de pós-operatório, EAPO cirúrgico foram fatores de risco para reoperações, enquanto idade, proteína C reativa, ressecção intestinal, > 3 dias em UTI, > 7 dias com SNG foram fatores de risco para EAPO. A MO foi determinada em > 5 dias com SNG e EAPO.
CONCLUSÕES: A evolução pós-operatória é determinada principalmente pela idade do paciente, nível pré-operatório de proteína C reativa, necessidade de ressecção intestinal, variáveis clínicas pós-operatórias e presença de EAPO.
DESCRITORES: Intestino Delgado; Obstrução Intestinal; Fatores de Risco; Reoperação; Mortalidade