RESUMO
Racional: Devido à falta de padrões normais de manometria anorretal no Brasil, os dados utilizados estão sujeitos a padrões de normalidade descritos em diferentes nacionalidades.
Objetivo: Determinar os valores e a faixa da manometria anorretal de pessoas em idade produtiva, sem distúrbios do assoalho pélvico, comparando os parâmetros obtidos entre homens e mulheres.
Métodos: Análise prospectiva de dados clínicos, como gênero, idade, raça, índice de massa corporal (IMC) e manometria anorretal, de voluntários de uma referência universitária brasileira em distúrbios do assoalho pélvico.
Resultados: Quarenta pessoas foram incluídas, com idade média de 45,5 anos nos homens e 37,2 nas mulheres (p=0,43). De acordo com homens e mulheres, respectivamente em mmHg, as pressões de repouso foram semelhantes (78,28 vs. 63,51, p=0,40); pressões de contração (153,89 vs. 79,78, p=0,007) e pressão total de compressão (231,27 vs. 145,63, p=0,002). Os homens apresentaram valores significativamente maiores de contração esfincteriana, assim como o comprimento médio do canal anal funcional (2,85 cm nos homens vs. 2,45 cm nas mulheres, p=0,003).
Conclusões: Os níveis normais de pressão esfincteriana no Brasil diferem dos utilizados até o momento como padrão normal da literatura. O gênero masculino apresenta maior tônus do esfíncter anal externo em relação ao feminino, além de maior extensão do canal anal funcional
DESCRITORES: Manometria; Canal anal; Avaliação da deficiência; Distúrbios do assoalho pélvico