RESUMO
RACIONAL: Apesar de sua crescente popularidade, a laparoscopia não é a via de acesso em cirurgias bariátricas realizadas no sistema público de saúde brasileiro.
OBJETIVOS: Comparar os acessos laparoscópico e laparotômico em cirurgia bariátrica, considerando aspectos como morbidade, mortalidade, custos e tempo de hospitalização.
MÉTODOS: Foram incluídos 80 pacientes candidatos a by-pass gástrico em Y-de-Roux, aleatoriamente divididos em dois grupos, de acordo com a via de acesso. Os resultados obtidos no período pós-operatório foram avaliados e comparados de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, e posteriormente, em seus retornos ambulatoriais.
RESULTADOS: O tempo cirúrgico foi semelhante em ambos os grupos (p=0.240). Os custos da cirurgia laparoscópica foram maiores, principalmente devido aos grampeadores e cargas. Contudo, os pacientes designados à via aberta apresentaram maior índice de complicações graves, como hérnia incisional (p<0.001). Desta forma, os custos com o tratamento das complicações e com o seguro social foram maiores neste grupo (R$ 1,876.00 vs R$ 34,268.91).
CONCLUSÃO: Os gastos relacionados ao seguro social e ao tratamento de complicações foram substancialmente menores na cirurgia laparoscópica quando comparada à cirurgia aberta. Entretanto, considerando o procedimento operatório em si, a via aberta foi a mais acessível financeiramente. Por fim, o tempo de hospitalização, a taxa de complicações e o tempo de retorno ao trabalho tiveram resultados mais favoráveis na via laparoscópica.
DESCRITORES: Laparoscopia; Cirurgia bariátrica; Laparotomia; Custos e análise de custo; Obesidade mórbida; Complicações pós-operatórias