RESUMO
RACIONAL: Os pólipos da vesícula biliar estão se tornando um achado comum na ultrassonografia (US). O manejo deve levar em consideração o risco de lesões malignas.
OBJETIVOS: Analisar os achados da ultrassonografia em pacientes submetidos à colecistectomia por pólipos vesicais e compará-los com os achados histopatológicos.
MÉTODOS: Foram revisados os prontuários médicos dos pacientes com diagnóstico ultrassonográfico de pólipo vesicular e submetidos à colecistectomia no período de 2007 a 2020.
RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 447 pacientes. A média de idade foi 45±12anos, sendo 58% mulheres. O tamanho médio dos pólipos na US foide 7,9±3,6mm. Nove por cento foram maiores que 10 mm, e os pólipos únicos encontrados foram maiores do que os múltiplos (p=0,003). A HP confirmou a presença de pólipos em 88,4%, tamanho médio 4,8±3,4mm. Dezesseis eram pólipos neoplásicos (4,1%) e quatro deles malignos, únicos e maiores que 10 mm. Foi encontrado correlação significativa entre a determinação do tamanho do pólipo ao ultrassonografia e histopatológicos (r=0,44; p<0,001). A análise de Bland-Altman obteve uma superestimação do tamanho do pólipo ao US em 3,26 mm. A análise da curva da característica de operação do receptor entre as duas medidas obteve uma área sob a curva curva da característica de operação do receptor (AUC) de 0,77 (IC95% 0,74–0,81). Pólipos ao ultrassonografia maiores que 10 mm apresentaram razão de chance (OR) de 8,147 (IC95% 2,56–23,40) para presença de adenoma e malignidade, com razão de verossimilhança de 2,78.
CONCLUSÕES: Há uma correlação positiva e acurácia diagnóstica apropriada entre o tamanho dos pólipos da vesícula biliar por ultrassonografia em comparação com os achados histopatológicos, com uma tendência de superestimar o tamanho em cerca de 3 mm. Pólipos maiores que 10 mm foram associados a adenoma e malignidade.
DESCRITORES: Doenças da vesícula biliar; Neoplasias da vesícula biliar; Colecistectomia laparoscópica; Ultrassonografia; Pólipos