RESUMO
RACIONAL: As células L enteroendócrinas podem ser encontradas na extensão de todo trato gastrointestinal e suas incretinas atuam no controle glicêmico e da homeostase metabólica. Estudos mostram que pacientes obesos graves com diabetes mellitus tipo 2 apresentam má sinalização entero-hormonal e baixa resposta da secreção do peptídeo glucagon-1, que poderia ser explicado por uma densidade menor de células L ou uma distribuição mais distal ao longo do intestino delgado.
OBJETIVOS: Analisar a diferença da densidade de células L nos segmentos do intestino delgado de pacientes obesos graves submetidos à gastroplastia em Y de Roux, em período pós-operatório tardio, com padronização de alça alimentar e biliopancreática com extensão de 60 cm em ambas.
MÉTODOS: Ensaios de análises de imuno-histoquímica foram feitos a partir de biopsias intestinais obtidas em três segmentos: junto à anastomose gastrointestinal (AGI= Ponto A), junto à anastomose entero-enteral (AEE= Ponto B= 60 cm distal à AGI) e 60 cm distalmente à anastomose entero-enteral (Ponto C). Os resultados foram obtidos por meio de imunomarcação do peptídeo glucagon-1 secretado pelas células L.
RESULTADOS: Foi observada maior densidade de células L na porção mais distal do intestino delgado (Ponto C) quando comparada às porções mais proximais (Ponto A e B).
CONCLUSÕES: Em pacientes no pós-operatório de gastroplastia em Y de Roux, identificou-se concentração maior de células L já na porção a 60 cm distalmente a entero-entero anastomose quando comparada aos segmentos proximais, o que pode explicar diferenças na sensibilização no lúmen intestinal e na resposta entero-hormonal.
DESCRITORES: Derivação Gástrica; Imuno-Histoquímica; Células L; Peptídeo 1 Semelhante ao Glucagon; Diabetes Mellitus Tipo 2