Racional: Colecistectomia laparoscópica constitui tratamento padrão para colecistolitíase e ultrassonografia abdominal frequentemente a precede e pode prever possíveis complicações durante o período transoperatório.
Objetivo : Avaliar a descrição das variáveis da vesícula biliar e vias biliares presentes nos laudos ultrassonográficos pré-operatórios na colelitíase, e compará-los aos achados cirúrgicos.
Métodos : Foram incluídos 91 pacientes submetidos à colecistectomia laparoscópica eletiva com ultrassonografia abdominal prévia. Variáveis como identificação e quantidade de cálculos foram avaliadas, tanto na ultrassonografia pré-operatória quanto durante a operação para analisar a concordância entre eles.
Resultados : Nos laudos não constavam diâmetro da luz vesicular (98.9%), distensão do órgão (62.6%), tamanho aproximado dos cálculos (58.2%), espessura da parede (41.8%) e avaliação do colédoco (39.6%). Ultrassonografia teve altos valores para sensibilidade, concordância e valor preditivo positivo para identificação da presença/ausência de cálculos; 98.8%, 96.7% e 97.8% respectivamente. Quanto à quantidade de cálculos, a ultrassonografia apresentou concordância, valor preditivo negativo e especificidade de 82.7%, 89.1% e 87.7%, respectivamente, com valores menores para sensibilidade (68.2%) e valor preditivo positivo (65.2%).
Conclusões: Os laudos ultrassonográficos foram falhos no quesito padronização. Porcentagem significativa dos laudos não apresentava variáveis que pudessem prever intercorrências transoperatórias e conversão cirúrgica.
Colecistectomia laparoscópica; Colelitíase; Ultrassonografia