RESUMO
Racional: Inibidores do fator de crescimento epidermal (EGFR) representam opção de terapia efetiva para o câncer colorrectal metastático, na ausência de ativação de mutações KRAS e NRAS. Entretanto, a pesquisa de mutações é cara e pouco acessível. A expressão de EGFR por imuno-histoquímica predizendo o status mutacional do RAS expandido (KRAS e NRAS) poderia permitir o tratamento por método diagnóstico menos caro e mais acessível.
Objetivo: Investigar a correlação entre os dados clinicopatológicos, a expressão de EGFR na membrana citoplasmática e o status mutacional do RAS expandido.
Método: Estudo retrospectivo de acurácia envolvendo 139 pacientes com carcinoma colorretal.
Resultado: A mutação do RAS expandido foi detectada em 78 (56,1%) casos. A expressão de EGFR foi estratificada em 23 (16,5%) casos “positivos”, 49 (35,2%) casos “negativos” e 67 (48,2%) “duvidosos”. Não houve correlação significante entre o status mutacional do RAS e a expressão de EGFR em relação a idade, gênero, local do tumor, tipo histológico, grau histológico e estádio clínico. Em 23 casos “positivos”, 21 (91,3%) mostraram gene RAS tipo selvagem, e em 49 “negativos”, 41 (83,7%) apresentaram mutação, resultando em forte associação entre grupos EGFR “positivo” ou “negativo” e o status mutacional do RAS (p<0.001), com 86,1% de acurácia.
Conclusão: A análise da expressão de EGFR na membrana citoplasmática estratificada em “positivo”, “negativo” e “duvidoso” prediz o status mutacional do RAS em 51,7% dos casos (p<0.001), com 86,1% de acurácia.
DESCRITORES: Câncer colorretal; Genes RAS; Mutação; Receptor de fator de crescimento epidérmico