RESUMO - RACIONAL:
Múltiplas são as propostas de reconstrução do trânsito digestivo após as pancreadoduodenectomias. A anastomoses biliar posicionada antes da anastomose gástrica oferece argumentos de evitar refluxo e colangite pós-operatória.
OBJETIVOS: apresentar a técnica de continuidade gástrica e biliar com sequência anatômica após pancreatoduodenectomia em portadores de adenocarcinoma de pâncreas e avaliar os resultados em uma série inicial de casos.
MÉTODOS: Foram utilizadas duas técnicas, uma com reconstrução em Y de Roux e pancreaticojejunostomia e outra com alça única de jejuno e pancreatogastroanastomose. Em ambos, a anastomose gástrica foi colocada antes da biliar. E análise de dados demográficos, dilatação do ducto de Wirsung e ducto biliar comum, uso de drenagem percutânea e complicações pós-operatórias.
RESULTADOS: Foram operados 7 doentes: 4 homens e 3 mulheres, com média de idade de 62 anos. Todos os casos apresentavam dilatação do ducto de Wirsung e ducto biliar comum. Em 4 dos casos foi realizada drenagem biliar externa percutânea. Ocorreram 3 complicações pós-operatórias, 1 esvaziamento gástrico retardado e 2 infecções de ferida operatória. Durante o acompanhamento médio de 12 meses, não foram registrados episódios de colangite.
CONCLUSÕES: Porcentagens elevadas de colangite são relatadas nas diferentes reconstruções após pancreatodudenectomias, sendo difícil atribuir de forma absoluta o refluxo como a principal etiologia. As reconstruções gástrica e biliar propostas são mais harmoniosas, além de facilitar o acesso endoscópico posterior. Seguimento tardio e número maior de casos, pode esclarecer se a etiologia da colangite pós-operatória pode ser o refluxo ou a outros fatores não relacionados à ordem das anastomoses.
DESCRITORES: Pancreaticoduodenectomia; Complicações Pós-Operatórias; Colangite; Anastomose Cirúrgica