RESUMO
Racional: Cerca de 500.000 cirurgias bariátricas são realizadas a cada ano em todo o mundo. As técnicas mais realizadas são o bypass gástrico em Y-de-Roux e a gastrectomia vertical. A derivação biliopancreática, com ou sem duodenal switch, é considerada técnica mais eficaz no tratamento cirúrgico do paciente obeso mórbido; entretanto, representa não mais do que 1,5% dos procedimentos na atualidade, pois sua complexidade técnica, morbimortalidade e graves efeitos adversos nutricionais impedem aceitação mais universal.
Objetivo: Descrever os aspectos técnicos e os benefícios do SADI-S com ligadura da artéria gástrica direita como um modo simplificado do duodenal switch original.
Métodos: Foram incluídos todos os pacientes submetidos a este procedimento entre novembro 2014 e maio de 2016. Além da descrição da sistematização da técnica operatória, foram analisadas as complicações precoces associadas ao procedimento.
Resultados: Uma série de 67 pacientes foi operada no período analisado; 46 eram mulheres (68,7%) e a média de idade foi de 44 anos (33-56). O IMC médio foi de 53,5 kg/m2 (50-63,5). O tempo cirúrgico médio foi de 115 min (80-180) e a permanência hospitalar média foi de 2,5 dias (1-25). Complicações foram observadas em cinco pacientes (7,5%) e dois (2,9%) tiveram de ser reoperados. Duas pacientes evoluíram com fístula, uma no coto duodenal e outra na junção esofagogástrica. Não houve mortalidade.
Conclusão: SADI-S com ligadura da artéria gástrica direita é procedimento seguro com poucas complicações precoces. A simplificação técnica em relação ao duodenal switch clássico pode permitir que este procedimento se torne mais popular. Todas as complicações observadas nesta série não estavam relacionadas com a ligadura da artéria gástrica direita.
DESCRITORES: Cirurgia bariátrica; Obesidade mórbida; Desvio biliopancreático