Resumo
Objetivo Verificar os aspectos alimentares, populacionais e parasitológicos da espécie de peixe silvestre não-nativa Rhaphiodon vulpinus em área sob influência de uma piscicultura em tanques-redes, no reservatório de Ilha Solteira, São Paulo.
Métodos Cinquenta e um exemplares de R. vulpinus foram capturados entre setembro de 2014 e agosto de 2016, com redes de espera com diferentes malhas, em área no entorno de uma piscicultura em tanques-rede e área sem a influência dessa atividade. Os exemplares foram quantificados e suas massas (g) e comprimentos padrão (cm) mensurados. Os estômagos foram analisados em estereomicroscópio e os itens alimentares quantificados por meio do método gravimétrico. Os parasitas foram coletados durante as necropsias, sendo calculados os atributosde prevalência, intensidade média de infecção e abundância média parasitária.
Resultados Houve mudanças na atividade alimentar em relação as áreas, sendo maior o número de indivíduos com conteúdo estomacal na área de piscicultura. Porém, a composição da dieta não se alterou entre as áreas, sendo suas presas pequenos peixes, como Geophagus sveni , e camarão (Macrobrachium sp.). Também na área de piscicultura, verificou-se diminuição da abundância e aumento da massa total dos indivíduos, contudo não houve diferenças no comprimento padrão entre as áreas. Quanto aos aspectos parasitológicos, observou-se baixos índices parasitários e ausência de diferenças entre as áreas. Apresenta-se o primeiro registro do parasita monogenético Notozothecium lamotheargumedoi no reservatório de Ilha Solteira.
Conclusões A piscicultura afetou alguns aspectos populacionais e a ingestão de alimento de R. vulpinus. Ainda, a relação parasita-hospedeiro demonstrou que as especificidades filogenéticas se sobressaíram aos efeitos oriundos da atividade aquícola sobre R. vulpinus na área de piscicultura.
Palavras-chave: reservatório de Ilha Solteira; criação de tilápias; ictiofauna; dieta; parasitas