Resumo:
Objetivo A conservação da vegetação ripária é um fator importante para a conservação de riachos de cabeceira e sua biodiversidade. Assim, variações na largura da zona ripária podem ter efeitos dramáticos na estrutura e funcionamento de ecossistemas lóticos adjacentes. Nesse estudo objetivamos determinar se o aumento da largura da zona ripária altera a estrutura de assembleias bentônicas (diversidade taxonômica e funcional e composição taxonômica) em riachos de cabeceira.
Métodos Testamos duas predições: (1) o aumento da largura da zona ripária altera a diversidade e a composição taxonômica de assembleias de macroinvertebrados bentônicos, porque as zonas ripárias mais estreitas não protegem as pressões antrópicas da paisagem circundante; (2) zonas ripárias mais largas alteram a estrutura funcional de assembleias de macroinvertebrados bentônicos, devido a mudanças na entrada de energia nos sistemas. Para testar a primeira predição, avaliamos a composição taxonômica de assembleias de macroinvertebrados bentônicos, a riqueza taxonômica e o índice de diversidade de Shannon-Wiener. Para testar a segunda predição, avaliamos grupos funcionais de alimentação e métricas baseadas em sua proporção.
Resultados Nossos resultados revelaram que a primeira predição não foi corroborada, pois a estrutura taxonômica e a diversidade não apresentaram variação significativa com o aumento da largura de zona ripária. Nossa segunda predição foi parcialmente corroborada, pois houve alterações significativas na estrutura funcional de assembleias de macroinvertebrados bentônicos entre a largura da zona ribeirinha mais estreita (30 m) e as duas outras (50 e 100 m).
Conclusões Nossos resultados sugerem que, ao contrário da Lei Federal 12651/2012, as zonas ribeirinhas de 30 m de largura são insuficientes para proteger o funcionamento de ecossistemas de córregos de cabeceira.
Palavras-chave: macroinvertebrados bentônicos; grupos funcionais de alimentação; métricas funcionais; bioindicadores; processos ecológicos