Resumo
Objetivo Nosso estudo teve como objetivo avaliar, através de escala experimental, mudanças dos grupos funcionais fitoplanctônicos devido ao aumento de temperatura e nutrientes fornecidos pelo cenário do IPCC para a região semiárida.
Métodos Foram realizados dois experimentos, um no período chuvoso e outro no período seco. A água coletada no reservatório foi enriquecida com nutrientes (nitrato e fósforo solúvel reativo) em diferentes concentrações. Os microcosmos foram submetidos a duas temperaturas diferentes, média de cinco anos da temperatura do ar no reservatório (controle) e 4°C acima da temperatura de controle (aquecimento). O experimento demorou 12 dias e a cada 3 dias cerca de 60 mL de água eram retiradas para as análises químicas e do fitoplâncton. Todas as espécies foram classificadas pelos grupos funcionais de Reynolds.
Resultados os grupos funcionais H1, X1, LO e S1 foram os mais representativos em ambas as estações (chuvosa e seca). Nossos resultados mostraram que as cianobactérias formadoras de florações, especialmente as espécies de grupos funcionais H1 e M, que são comumente relatadas em reservatórios da região semiárida brasileira, não foram significativamente beneficiadas pelo enriquecimento de nutrientes e aquecimento. O recrutamento de outras espécies de cianobactérias, bem como diatomáceas e algas verdes foram observadas.
Conclusões Os efeitos do aquecimento e/ou do enriquecimento nutricional podem alterar a estrutura da comunidade fitoplanctônica. Entretanto, como não esperado no cenário pessimista, em nosso estudo, os grupos funcionais formadores de floração não mostraram mudanças na sua biomassa relativa. Em vez disso, o recrutamento de diatomáceas e algas verdes, atualmente encontradas em ambientes enriquecidos, foi verificado, especialmente no período chuvoso, quando geralmente há diluição dos nutrientes.
Palavras-chave: cianobactéria; experimento; aquecimento; reservatório