Resumo:
Objetivo Neste estudo, analisamos os efeitos da presença de detritos foliares de espécies não-nativas no funcionamento de um ecossistema de riacho presente na Mata Atlântica.
Métodos Testamos duas predições (i) os detritos foliares de espécies nativas, provavelmente com maior qualidade nutricional, irão decompor de forma mais rápida se comparado aos detritos foliares das espécies não nativas (ii) devido a presença de defesas químicas nos detritos foliares de espécies vegetais não-nativas, estes serão menos colonizados e apresentarão uma menor riqueza taxonômica em comparação com os detritos foliares de espécies nativas. Para isso, em um riacho inserido em uma área de Mata Atlântica (Florianópolis, SC, Brasil) conduzimos um experimento para comparar a decomposição e colonização biológica de detritos foliares entre duas espécies vegetais não nativas (Eucalyptus sp. e Pinus radiata D. Don) e duas espécies vegetais nativas (Ficus eximia Schott e Alchornea triplinervia (Spreng) Mull. Arg).
Resultados Especificamente, as nossas hipóteses foram parcialmente corroboradas. A porcentagem de massa seca remanescente foi menor para a serapilheira nativa. A abundância e riqueza de invertebrados e grupos funcionais de alimentação variam entre serrapilheira nativa e não nativa. A abundância de invertebrados foi maior em detritos de Eucalyptus sp, em grande parte devido à grande abundância de Chironomidae (Dípteros).
Conclusões Os nossos resultados indicam que, a presença de espécies vegetais não nativas na zona ripária podem modificar a decomposição foliar e as comunidades de invertebrados aquáticos em riachos subtropicais, com potenciais consequências para o funcionamento do ecossistema.
Palavras-chave: assembleias aquáticas; detritos foliares; espécies exóticas; decomposição foliar; ecossistemas lótico