Resumo Objetivo: Esse estudo objetivou analisar a influência dos mecanismos de controle bottom up e top down sobre a abundância e a estrutura de tamanho das comunidades de protozoários planctônicos (flagelados heterotróficos e ciliados). Assim, a seguinte hipótese foi testada: mecanismos de controle bottom up, relacionados à disponibilidade dos recursos alimentares no ambiente, controlam a abundância das comunidades de protozoários, enquanto que mecanismos de controle top down, relacionados ao efeito da predação, controlam o padrão de tamanho destes organismos.
Métodos As amostras para análise dos organismos planctônicos foram obtidas em 20 lagoas pertencentes a três diferentes subsistemas da planície de inundação do alto rio Paraná (Paraná, Baía e Ivinhema). Foram utilizadas regressões lineares para selecionar o melhor modelo que prediz os padrões observados de acordo com o Critério de Informação de Akaike.
Resultados Os melhores modelos selecionados para explicar a densidade de flagelados heterotróficos incluíram relações negativas com o picofitoplâncton e positivas com os rotíferos, enquanto que para sua estrutura de tamanho, foram encontradas relações negativas com as bactérias heterotróficas, ciliados e rotíferos. Já em relação aos ciliados, suas densidades estiveram relacionadas positivamente com os rotíferos e picofitoplâncton e negativamente com as bactérias heterotróficas. Por outro lado, para o biovolume os melhores modelos selecionaram fortes relações negativas com os microcrustáceos, além de relações com as diferentes frações do fitoplâncton.
Conclusão Para ambos protistas, o mecanismo de controle bottom-up foi o principal regulador de suas densidades, enquanto que para a estrutura de tamanho dos mesmos, os resultados mostraram que tanto os recursos alimentares quanto os predadores foram importantes, indicando que os mecanismos bottom-up e top-down atuam conjuntamente na determinação do tamanho destes microrganismos.
Palavras-chave: protistas; plâncton; ambientes aquáticos continentais; estrutura de tamanho; ambientes lênticos; teia alimentar microbiana