Resumo Objetivo: Verificar a dinâmica temporal dos estágios larvais de Limnoperna fortunei, e identificar as variáveis ambientais direcionadoras desses padrões, em uma área altamente impactada pela construção de reservatórios.
Métodos As amostragens foram realizadas trimestralmente, de fevereiro a dezembro de 2014, em 10 transectos ao longo do canal principal do rio Paraná. Para cada local de amostragem, foram filtrados 100 L de água. O filtrado foi fixado em álcool 80%, e os estágios larvais foram contados e identificados sob microscópio óptico. Concomitantemente às coletas biológicas, avaliamos as principais variáveis limnológicas nos pontos de amostragem. Realizamos uma ordenação pela Análise de Redundância (RDA), para sumarizar a variação das densidades dos estágios larvais em relação as principais variáveis físicas e químicas da água.
Resultados Encontramos um total de 200.590 larvas de L. fortunei, do qual 83,6% foram identificados como estágios iniciais. As densidades mais elevadas de larvas de L. fotunei foram os meses de dezembro e fevereiro. Os dois primeiros eixos da RDA sumarizaram 96% da variação total dos dados, e as variáveis ambientais significativas para explicar as variações nas densidades larvais foram: temperatura da água, nitrogênio total, condutividade elétrica, fosfato, oxigênio dissolvido, profundidade, e íon amônio. Os meses quentes foram influenciados pela temperatura e profundidade, juntamente com as maiores densidades dos estágios larvais.
Conclusões Nossos resultados indicam que a reprodução segue um padrão geral ao longo de toda a planície, acontecendo principalmente nos meses de fevereiro e dezembro. Assim, sugerimos que medidas de controle de L. fortunei devem ser tomadas nos períodos de baixas densidades (junho e agosto), quando o nível da água está baixo, e consequentemente, sua dispersão está limitada.
Palavras-chave: área de preservação ambiental; pressão de propágulo; mexilhão dourado; reprodução