Resumo
Vivemos um processo mundial crescente de degradação das bases de sustentação da vida. No Brasil esta ameaça se intensifica pela fragilização crescente das estruturas de proteção ambiental. A restauração ecológica é uma alternativa para enfrentar a degradação dos ambientes aquáticos. Ela tem sido empregada em maior escala nas regiões desenvolvidas do planeta, porém com resultados pouco convincentes. No Brasil as experiências são poucas e específicas, limitadas principalmente pela complexidade e custos. É preciso então pensar de forma mais ágil e atuar dentro das possibilidades. A restauração com suas estratégias clássicas deve dar lugar a uma “restauração urgente”. Esta abordagem considera que detemos as informações ecológicas básicas e profissionais capazes para atuar na retomada do controle dos processos ecológicos que foram alterados. A restauração na condição de urgência, implica pensar primeiro em proteção e voltar nossa atenção ao manejo da bacia hidrográfica. A forma de recuperar o controle do processo onde ele foi perdido é o gerenciamento integrado que envolve o uso racional e a proteção do ecossistema. O compromisso do Brasil junto ao acordo do clima de Paris de restaurar 12 milhões de hectares de florestas e os passivos de restauração em propriedades privadas, por causa do novo Código Florestal, são oportunidades de atuar no manejo integrado da bacia hidrográfica e promover a proteção das águas continentais pela restauração de florestas nativas. A restauração dos ambientes aquáticos continentais tropicais e especialmente dos brasileiros é algo urgente. No entanto, possíveis soluções têm que ser pensadas e só devem ser construídas envolvendo a maior parte das pessoas relacionadas com a questão. A ideia a ser nutrida é que a restauração envolve pensar na bacia hidrográfica, porque as ameaças estão além do ambiente aquático em si, e a restauração então, também precisa ir além do próprio ambiente aquático.
Palavras-chave: restauração ecológica; águas continentais; manejo integrado