Resumo
Objetivo: Comparar as formas de avaliar as habilidades aritméticas em crianças brasileiras com TDAH, combinando três testes neuropsicológicos validados, e verificar se são sensíveis ao tratamento com metilfenidato.
Métodos: Quarenta e duas crianças (9‒12 anos) participaram deste estudo: 20 eram crianças com TDAH (DSM-IV) e 22 eram controles pareados por idade. Usamos um critério de classificação para cada teste separadamente e outro para a combinação entre eles, visando detectar a presença de dificuldades aritméticas em dois momentos: início (tempo 1) e quando as crianças com TDAH estavam tomando 0,3‒0,5 mg/kg de metilfenidato (tempo 2). O estudo também avaliou o desempenho dessas crianças em operações de subtração, combinando partes desses testes.
Resultados: Separadamente, os testes foram sensíveis apenas às diferenças entre os grupos sem medicação. Entretanto, ao combinar os três testes neuropsicológicos, foi possível observar uma diferença e detectar uma redução das dificuldades aritméticas associadas ao tratamento com metilfenidato. Os mesmos efeitos foram encontrados em exercícios de subtração que exigem o procedimento de empréstimo.
Conclusões: O estudo foi capaz de detectar dificuldades aritméticas em crianças brasileiras com TDAH e os efeitos do metilfenidato. Dada essa melhora na sensibilidade, combinar testes poderia ser uma alternativa promissora ao trabalhar com amostras limitadas.
Palavras-chave: teste de matemática; dificuldades aritméticas; dificuldades de aprendizagem; TDAH; metilfenidato