Para este trabalho foram utilizados 18 ratos albinos da raça Wistar com lesões eletrolíticas crônicas da formação reticular mesencefálica, sendo 11 unilaterais e 7 bilaterais. Todas as lesões foram suficientemente amplas para interromper completamente o sistema ativador ascendente de uma ou de ambas as metades do mesencéfalo. Aumento da sincronização do eletrocorticograma provocado pelo sono espontâneo foi observado mesmo nos animais com lesão bilateral; este fato fala a favor da existência de mecanismos ativadores corticais situados acima do nível mesencefálico, que são deprimidos durante o sono. Progressivamente observa-se recuperação da atividade elétrica cortical dessincronizada e da atividade motora (comportamentos de alerta e de vigília), tanto nos animais com lesão unilateral como nos com bilateral. Nos primeiros, contudo, a recuperação é mais precoce e rápida. O sono fisiológico se desenvolve com todas as suas fases normais a partir do 4.° ou 5.° dias depois da lesão. A atividade dessincronizada do neocórtex observada durante a fase paradoxal do sono independe de qualquer estrutura em particular existente no tegmento do mesencéfalo.