O significado funcional dos sinais de esclerose mesial temporal observados em ressonância magnética ainda não está estabelecido. Para estudar as relações entre sinais de esclerose mesial temporal na ressonância magnética e alterações no SPECT intercrítico, foram selecionados 18 pacientes com epilepsia do lobo temporal cujo diagnóstico foi definido pela presença de descargas de ondas agudas e alentecimento da atividade de base em vários EEG obtidos durante vários anos de seguimento em todos os pacientes e por registros críticos com eletrodos esfenoidais em 12 pacientes. No grupo I foram incluídos pacientes (n=11) com sinais de esclerose mesial temporal na ressonância magnética; no grupo II (n=7), pacientes com ressonância normal. Em todos os casos a injeção do Tc 99 HMPAO foi realizada no período intercrítico com monitorização EEG. Foi observada hipoperfusão lateralizada ipsolateral ao foco definido pelo EEG em 13 pacientes (72%). Todos os pacientes do grupo II e 6 pacientes do grupo I tiveram hipoperfusão temporal. Este estudo mostrou maior positividade de SPECT em pacientes com ressonância magnética normal do que tem sido referido na literatura. Como os pacientes do grupo II tinham sinais clínicos ou eletrencefalográficos sugestivos de origem neocortical de suas crises epilépticas, postulamos que hipoperfusão em estudos de SPECT pode ser demonstrada tanto em epilepsia temporal neocortical como mesiolímbica.
epilepsia; epilepsia temporal; SPECT; ressonância magnética