No estudo de 38 encéfalos de indivíduos que faleceram com leucemias. verificou-se que a infiltração neoplásica apareceu como lesão mais frequente (70,5%), seguida de hemorragia intracraneana (48,5%). O local mais frequente da infiltração leucêmica foi o espaço subaracnoideano (79,1%), seguido dos plexos coróides numa frequência de 57,8% que corresponde ao envolvimento de 11 dos 19 casos que foram submetidos a estudo histológico, e, por fim. a infiltração do tecido nervoso (50%). Esta infiltração neoplásica do SNC e principalmente o envolvimento dos plexos coróides, que aparece também independente de infiltração meníngea, frequentemente decorre sem manifestações neurológicas. Isto chama atenção para a necessidade do estudo citológico do líquido cefalo-raquidiano de rotina nos casos de leucemias, para melhor orientação terapêutica, visto que o SNC é local de difícil penetração de quimioterápicos administrados por via sistêmica e pode constituir foco de reativação da doença mesmo na fase de remissão terapêutica.