Formação stricto sensu: perspectiva de egressos de um programa de enfermagem

Suplici, Samara Eliane Rabelo; Huhn, Andréa; Zamprogna, Katheri Maris; Vargas, Mara Ambrosina de Oliveira; Santos, José Luis Guedes dos; Brehmer, Laura Cavalcanti de Farias; Rocha, Patrícia Kuerten; Ramos, Flávia Regina Souza

doi:10.37689/acta-ape/2024AO00001084

Resumo

Objetivo Analisar a formação acadêmica em um programa de pós-graduação stricto sensu em Enfermagem na perspectiva dos egressos.

Método Estudo de métodos mistos, paralelo convergente, realizado com 91 egressos de um programa de pós-graduação em enfermagem da Região Sul do Brasil, a partir de um questionário on-line. Dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva e os dados qualitativos foram submetidos à análise de conteúdo.

Resultados Setenta egressos (76,9%) reconheceram melhorias na sua vida profissional, e 74 (81,4%) se sentiram motivados para os cursos. Sofrimento mental (48; 52,7%); acúmulo de vínculos de trabalho com as atividades do curso (46; 50,5%); falta de apoio financeiro à pesquisa (41,45,1%) foram relacionados à desmotivação. Dos respondentes, 71 (78%) concordaram totalmente com a aderência do programa à área de enfermagem, embora que o menor percentual de concordância (n=69; 31,4%) tenha ocorrido no item referente a discussão para atualização periódica das Produções, Articulação e Aderência dos Laboratórios de Pesquisa às linhas de pesquisa do Programa.

Conclusão O curso de pós-graduação tem contribuído para o processo de qualificação dos profissionais como professores, pesquisadores e gestores, levando à conclusão que é essencial que os programas tenham uma compreensão das contribuições que esses cursos trazem para os profissionais e para a melhoria do sistema de saúde.

Educação de pós-graduação em enfermagem; Pesquisa em educação de enfermagem; Educação em enfermagem

Resumen

Objetivo Analizar la formación académica de un programa de posgrado stricto sensu en enfermería bajo la perspectiva de los egresados.

Método Estudio de métodos mixtos, paralelo convergente, realizado con 91 egresados de un programa de posgrado en enfermería de la región Sur de Brasil, a partir de un cuestionario digital. Los datos cuantitativos fueron analizados mediante estadística descriptiva y los datos cualitativos fueron sometidos al análisis de contenido.

Resultados Sesenta egresados (76,9 %) identificaron una mejora en su vida profesional y 74 (81,4 %) se sintieron motivados durante los cursos. El sufrimiento mental (48; 52,7 %), la acumulación de vínculos laborales y de actividades de los cursos (46; 50,5 %) y la falta de apoyo financiero a la investigación (41; 45,1 %) fueron factores relacionados con la desmotivación. De los encuestados, 71 (78 %) concordaron totalmente con la conexión entre el programa y el área de enfermería, aunque el menor porcentaje de concordancia (n=69; 31,4 %) fue en el ítem relacionado con la discusión sobre la actualización periódica de las producciones, la unión y la conexión entre los laboratorios de investigación y las líneas de investigación del programa.

Conclusión Los cursos de posgrado contribuyeron al proceso de cualificación de los profesionales, como profesores, investigadores y gestores. Por lo tanto, se concluye que es esencial que los programas contemplen las contribuciones de estos cursos para los profesionales y para la mejora del sistema de salud.

Educación de postgrado en enfermería; Investigación en educación de enfermería; Educación en enfermería

Abstract

Objective To analyze academic training in a stricto sensu graduate program in nursing from students’ perspective.

Method This is mixed methods, convergent parallel research, carried out with 91 students from a graduate nursing program in southern Brazil using an online questionnaire. Quantitative data were analyzed using descriptive statistics, and qualitative data were subjected to content analysis.

Results Seventy students (76.9%) recognized improvements in their professional life and 74 (81.4%) felt motivated to take the courses. Mental distress (48; 52.7%), accumulation of work ties with course activities (46; 50.5%), lack of financial support for research (41, 45.1%) were related to demotivation. Of the respondents, 71 (78%) completely agreed with the program’s adherence to the nursing area, although the lowest percentage of agreement (n=69; 31.4%) occurred in the item referring to the discussion for periodic updating of production, articulation and adherence of research laboratories to the program’s research lines.

Conclusion The graduate course has contributed to professionals’ qualification process such as professors, researchers and managers, leading to the conclusion that it is essential that programs have an understanding of the contributions that these courses bring to professionals and to health system improvement.

Education, nursing, graduate; Nursing education research; Education, nursing

Introdução

A expansão do Sistema Brasileiro de Pós-Graduação (SNPG) foi prioridade em todos os Planos Nacionais de Pós-Graduação (PNPG) e, especialmente no último plano, vigente de 2011 a 2020, ampliou-se o foco acerca da consolidação e da qualidade dos programas existentes. No Brasil, o panorama da educação da pós-graduação passou a ser monitorado por um processo que tem como pressupostos realizar pesquisas qualificadas e estratégicas para atingir demandas e metas nacionais ou regionais.(¹) Embora este processo avaliativo esteja avançado e consolidado quando comparado à avaliação da graduação, ele ainda é tema de debate.

Avanços são reconhecidos quanto à maior objetividade dos critérios, porém a inclusão de indicadores que fomentam a ciência e tecnologia por meio de classificações e rankings corroboram o produtivismo competitivista e individualizado. Nem sempre são indicadores qualificados quanto às reais demandas da sociedade atual ou à inclusão do avaliado;(²) se baseiam em abordagem de qualidade externa aos programas, adotadas pelas agências de fomento da pós-graduação.(³)

Na tentativa de aperfeiçoamento do processo avaliativo a Coordenação de Aperfeiçoamento e Pessoal do Ensino Superior (CAPES), inseriu a auto avaliação como componente essencial. A proposta foi balizada na compreensão de que a avaliação interna e autogerida pelo seu corpo acadêmico promove a autorreflexão sobre a instituição e os resultados obtidos, sobre suas políticas, contexto e tomada de decisão, possibilitando a correção de trajetórias e prospectando um futuro ancorado no planejamento que dê respostas reais à sociedade.(²,⁴)

Nesse processo, a participação dos egressos é importante para auxiliar na identificação de evidências para qualificar o desenvolvimento dos programas, principalmente quanto ao currículo, à metodologia e à infraestrutura. Essa compreensão pela CAPES, embora não suficiente ou com efeitos imediatos nos programas de pós-graduação, ganha corpo com a aprovação da “Proposta de Aprimoramento do Modelo de Avaliação da Pós-Graduação”, quando a auto avaliação e o acompanhamento dos egressos ganham espaço após serem secundarizadas por muito tempo.(⁵) Com esse movimento, os programas de pós-graduação passaram a ter o desafio de planejar, implementar e desenvolver ações voltadas à avaliação dentro do próprio espaço institucional, desenvolvida por meio de Grupos de Trabalho de Auto avaliação, cujas informações resultam em relatórios visando à proposição de melhorias à pós-graduação. Nesse sentido, a avaliação torna-se um processo contínuo, que busca não somente identificar problemas ou pontos de melhoria, mas também reconhecer e reforçar o que está indo bem.(⁶)

O Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina foi criado em 1976 com o curso de Mestrado em Ciências da Enfermagem. Teve no bojo de seu desenvolvimento um processo auto avaliativo que incluiu docentes e discentes visando ao reconhecimento de fragilidades e potencialidades, buscando reestruturar o mestrado e implementar, dez anos depois, o curso de Doutorado.(⁷,⁸)O início do Doutorado teve como propósito responder às demandas de formação em enfermagem, articulando as construções teóricas e filosóficas do conhecimento disciplinar, com a provisão de políticas, sistemas, modelos, processos, técnicas, instrumentos, avaliações de práticas cuidativas e/ou interventivas, para responder às demandas da sociedade no âmbito da saúde e enfermagem.(⁹)Como resultado dessa construção, o Programa alcançou avaliação de excelência pela CAPES, com nota 6 desde 2012, revelando a importância da inclusão da auto avaliação e dos egressos nesse processo.(⁵)

Assim, este estudo teve como objetivo: analisar a formação acadêmica em um programa de pós-graduação stricto sensu em enfermagem na perspectiva de egresso.

Métodos

Estudo misto, paralelo convergente, em que as duas abordagens foram desenvolvidas por meio de uma pesquisa on-line, com caráter exploratório-descritivo. Essa abordagem de métodos mistos possibilita a coleta e análise simultânea e independente de dados qualitativos e quantitativos. Ao final, os dois bancos de dados são comparados e integrados a fim de identificar convergências e divergências. O Mixed Methods Appraisal Tool (MMAT) foi utilizado como guia metodológico.(⁹)

A coleta de dados foi realizada de julho a agosto de 2022, de forma online via plataforma Google Forms^®. Todos os 226 egressos dos cursos de Mestrado e Doutorado dos últimos cinco anos (2017-2021) receberam o formulário via e-mail, grupos de WhatsApp® e/ou redes sociais do Programa, sendo esse período estabelecido com base nos critérios de acompanhamento de egressos da CAPES.

O prazo de resposta foi de 1 mês, com reforços semanais da divulgação do questionário. Ao final, obteve-se uma amostra de 91 participantes, o que corresponde a 40% dos egressos. A lista referente aos doutorandos e mestrandos que compuseram os 226 convidados constava de 137 mestrandos e 89 doutorandos. Como participantes do estudo, 50 respondentes consideraram-se egressos de Doutorado, enquanto 41 de Mestrados.

O instrumento de coleta de dados foi composto por cinco partes: Ficha de caracterização com as variáveis acerca do perfil sócio profissional; Atuação profissional nos últimos cinco anos; Motivação durante a formação na pós-graduação; Avaliação da proposta do Programa, Estrutura Curricular, Infraestrutura e Ações de Visibilidade e Contribuições da formação; Questões abertas sobre a formação durante a pós-graduação.

A etapa quantitativa considerou as partes um a quatro e, especificamente, sobre a parte de avaliação do Programa foi composta por 18 questões distribuídas nos critérios: Proposta do Programa (sete itens), Estrutura Curricular (seis itens), Infraestrutura e Ações de Visibilidade (dois itens) e Contribuições da formação (três itens). A elaboração desse questionário foi baseada nos itens do instrumento de avaliação da Capes. Para avaliação de cada item, foi utilizada uma escala Likert de cinco pontos: (1) Discordo Totalmente (2) Discordo Parcialmente (3) Não Concordo, Nem Discordo (4) Concordo Parcialmente e (5) Concordo Totalmente. Foi utilizada a opção (0) para “Não sabe/Não se aplica” para caso de não-resposta. Não era necessário, o egresso justificar sua resposta.

Ressalta-se que, antes da coleta de dados, realizou-se a avaliação do instrumento por meio de sua aplicação com três egressos e refinamento de linguagem/semântica, feita pela equipe de pesquisadores, os quais não foram incluídos na pesquisa. Houve apenas sugestões redacionais, que foram incorporadas ao instrumento.

A análise dos dados quantitativos se deu no Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 19, por meio de análise descritiva. A etapa qualitativa foi desenvolvida também a partir do instrumento enviado via plataforma Google Forms ®, de maneira individual, considerando-se as questões abertas, referente a quinta parte do instrumento, cujas questões sugeriam qualquer tipo de resposta, sendo dadas pelas palavras do respondente e relacionadas às necessidades de formação local, regional e nacional, destacando lacunas ou aspectos não contemplados; Proposta do Programa, aspectos negativos, positivos e/ou sugestões; aspectos considerados como fortalezas e fragilidades ou sugestões relacionados à: Estrutura curricular; Infraestrutura e visibilidade do Programa; Contribuições da pós-graduação para a formação dos discentes; Atuação dos docentes; Elaboração da Dissertação/Tese; Ações de Pesquisa; Inserção Social do Programa.

As respostas dos participantes foram indicadas pela letra P seguido de uma numeração de 1 a 91, exportadas para o software Atlas Ti, versão 1.0.45 (licença n.110271462), para codificação dos dados utilizando a análise de conteúdo.(¹⁰)Na pré-análise, os questionários foram lidos e relidos para codificação, de forma independente, por dois pesquisadores. Em seguida, por consenso se estabeleceu a relação entre as codificações iniciais para acomodar a clareza das ideias. A segunda etapa, a exploração do material, consistiu em agrupar os códigos para formação das pré-categorias. No software, cada pré-categoria pôde ser ligada ao segmento de texto correspondente de modo a formar o corpus dos resultados. Na terceira etapa, a interpretação, o corpus foi analisado visando à identificação de códigos prevalentes em cada pré-categoria e suas relações com a categoria analítica.

A integração dos dados ocorreu ao final das análises, a partir da comparação dos dados produzidos nas etapas quantitativas e qualitativas.

As recomendações éticas foram seguidas e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa mediante Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) n° 60486922.6.0000.0121 e parecer n^o 5.646.037.

Resultados

O perfil sociodemográfico e profissional dos egressos participantes está apresentado na tabela 1, bem como, variáveis quanto à atuação profissional nos últimos 5 anos.

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Tabela 1
Perfil sócio demográfico e profissional, atuação profissional nos últimos 5 anos e motivação durante a pós-graduação

Os egressos em sua maioria 70 (76,9%) relataram haver reconhecimento de melhorias e/ou maior reconhecimento na sua vida profissional, como por exemplo, alcançar cargos superiores ou lideranças após a formação na pós-graduação (MS/DO/PD), sendo que durante a realização de tais cursos 74 (81,4%) egressos se sentiam frequentemente ou muito frequentemente motivados a sua realização, 14(15,4%) se sentiam ocasionalmente motivados e 3 (3,2%) raramente motivados. Ressalta-se que quando questionados sobre o porque se sentiam desmotivados relataram fatores associados ao sofrimento mental (48, 52,7%); acúmulo de vínculos de trabalho e atividade do Curso (46, 50,5%); falta de bolsa, apoio financeiro para a pesquisa (41,45,1%) ou motivos socioeconômicos (24, 26,4%); falta de apoio na orientação (23, 25,3%) ou relacionamento com professor (22, 24,2%); falta de hábito de leitura e escrita científica (10, 11%); falta de planejamento e organização do Curso (9, 9,9%) ou má-gestão do Curso (6, 6,6%); infraestrutura precária (7, 7,7%) e dificuldades em reconhecer os objetivos do Curso (3, 3,3%). A distribuição das respostas quanto à avaliação dos egressos nos quesitos Proposta do Programa, Estrutura Curricular, Infraestrutura e Ações de Visibilidade e Contribuições da Formação encontram-se na tabela 2. Porém, cabe destacar, que o maior nível de concordância foi evidenciado no item “1.1. A proposta do Programa tem aderência à Área de Enfermagem”, com o qual 71 (78%) respondentes concordaram totalmente. O menor percentual de concordância total (n=69; 31,4%) foi registrado no item “1.7 As produções, perfil de participantes, articulação e aderência dos Grupos/Laboratórios de Pesquisa com as linhas de pesquisa do Programa são periodicamente discutidas para sua atualização”.

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Tabela 2
Distribuição das respostas dos participantes quanto à avaliação dos quesitos proposta do programa, estrutura curricular, infraestrutura e ações de visibilidade

Na análise qualitativa, foram evidenciadas duas categorias. A categoria “Desafios estruturais e sociais do Programa de pós-graduação” sustentada por cinco subcategorias (Proposta do programa, estrutura curricular e sua inserção local; Infraestrutura e visibilidade do programa; Elaboração da Dissertação ou Tese; Internacionalização, parcerias e captação de fomento; Inserção social). A segunda categoria “A pós-graduação como ferramenta para ampliação do conhecimento” divide-se em duas subcategorias (Reconhecendo a tradução do conhecimento como potencialidade; Importância da internacionalização e parcerias nos Laboratórios de pesquisas). A primeira categoria “Desafios estruturais e sociais do Programa de pós-graduação”, mostra a multidimensionalidade de desafios que hoje impactam e mobilizam ações na pós-graduação brasileira, de um modo geral. Os egressos referem uma estrutura curricular mais direcionada para as necessidades loco regionais, contemplando demandas que surgem da prática assistencial dos enfermeiros. Mencionaram a importância da conexão com as demandas atuais do mercado de trabalho visando ao preparo profissional para a docência e pesquisa.

“Gostaria de alguma disciplina de gestão e liderança, bem como habilidades para a docência”. (P32)

Ainda, nessa categoria, sobre a infraestrutura e visibilidade do programa, é expressa a importância da divulgação dos resultados das pesquisas para promover visibilidade. Sugeriram ênfase na divulgação de oportunidades acadêmicas.

“Creio que podemos melhorar a visibilidade do Programa[...] precisam divulgar mais os excelentes resultados das pesquisas realizadas”! (P60)

“Seria interessante disponibilizar com maior ênfase os eventos, editais, projetos, convênios e outras normativas ou oportunidades de interesse acadêmico/científico”. (P2)

Essa categoria também evidencia aspectos relacionados à elaboração da dissertação/tese, solicitam mais disciplinas direcionadas à elaboração dos produtos. Apontaram, em outro aspecto, a necessidade de apoio emocional no processo.

Um ponto fraco seria o grande número de créditos de disciplinas dificultando um pouco o desenvolvimento da dissertação ou tese. (P11)

Deveria existir maior apoio à saúde mental dos discentes, vejo muitos colegas adoecerem. (P16)

Na perspectiva da internacionalização, parcerias e captação de fomento, sinalizaram a frágil integração entre os diversos grupos de pesquisa, o que impacta no fortalecimento dos projetos e consequente possibilidade de financiamento dos mesmos.

“Há muita coisa sendo produzida e, mesmo nós, que fazemos parte do programa, não ficamos sabendo”. (P54)

“[...] se os Laboratórios fizessem projetos em parceria, articulados, seriam ainda maiores as possibilidades de financiamento de agencias”. (P9)

No que se refere à Inserção social, sugerem a divulgação das fortalezas do Programa, o compromisso de devolutiva das pesquisas para a sociedade.

“O curso propicia diferentes oportunidades para inserção social, mas poderíamos rever uma forma de interação maior com a comunidade”. (P23)

“A importância do comprometimento para a devolutiva à sociedade, bem como por meio do programa e estudos torna-os significativos para a mudança da comunidade [...]”. (P22)

Em todas as dimensões trabalhadas neste estudo foram evidenciadas competências que precisam ser mantidas e fortalecidas no Programa. A segunda categoria “A pós-graduação como ferramenta para ampliação do conhecimento”, destaca o reconhecimento da tradução do conhecimento como potencialidade capaz de promover a inserção local, regional e social da pós-graduação.

“A socialização dos resultados das investigações é fundamental. É importante sempre incluir a sociedade civil e representantes políticos neste processo”. (P43)

Ainda nessa categoria, destaca-se a importância da internacionalização e parcerias nos laboratórios de pesquisas. Apesar da necessidade de ampliação, a internacionalização foi reconhecida como uma fortaleza.

“Acredito que o programa é muito bem articulado internacionalmente, trazendo sempre a possibilidade de disciplinas com professores convidados de outras universidades”. (P20)

Os Grupos/Laboratórios de pesquisa são avaliados como um espaço construtivo para a troca de experiências e apoio técnico para o desenvolvimento das dissertações/teses.

“Laboratórios de pesquisas são essenciais para a união de professores, estudantes e técnicos. Fortalecem a pesquisa e estimulam o aprendizado”. (P76)

Embora os dados qualitativos sejam descritos de forma articulada em dois grandes conjuntos interpretativos (duas categorias integrando sete subcategorias), que não expressam uma correspondência imediata com variáveis e dados quantitativos, são possíveis importantes integrações entre achados diversos. Nesse sentido, destaca-se que houve um consenso sobre a relevância do título acadêmico para atuação na gestão, docência e pesquisa. Adicionalmente, houve convergência quanto à importância de uma reforma curricular e apoio emocional durante o percurso na pós-graduação.

Por outro lado, na avaliação da Proposta do programa e da categoria dos desafios estruturais e sociais, surgiram divergências: pontuações positivas em todos os itens da proposta, ao mesmo tempo que foram oferecidas sugestões de aprimoramento. Na seção Infraestrutura e Visibilidade, o website do Programa destacou-se como uma fonte atualizada e adequada de informações. No entanto, os dados qualitativos apontam a necessidade de maior investimento em divulgação, especialmente dos resultados das pesquisas realizadas pela comunidade acadêmica. Outra discrepância surgiu no tópico sobre a aderência dos Grupos/Laboratórios de Pesquisa às linhas de pesquisa do Programa, com menor concordância na análise quantitativa e enfatizado como um espaço para a troca de experiências e o desenvolvimento das dissertações/teses nos dados qualitativos.

Discussão

Este estudo tem como diferencial a apresentação de achados qualitativos que complementam e incorporam novas contribuições sobre o programa, sob o olhar do egresso, e não apenas a reafirmação do que já foi evidenciado pela análise das variáveis quantitativas. Assim, a discussão foi estruturada de forma a destacar questões relevantes e aprofundamentos promovidos pela integração dos dados das duas abordagens.

Um dos principais pontos de convergência entre os resultados quantitativos e qualitativos foi o reconhecimento por parte dos egressos da contribuição do título acadêmico para o desempenho das atividades profissionais atuais. Após a titulação, são conquistadas melhorias para a vida profissional como cargos de chefia, direção e coordenação em serviços de saúde e instituições de ensino.(¹¹) Também há evidências acerca da inserção em ações científicas, projetos e grupos de pesquisa, e, em orientações acadêmicas.(¹,¹¹,¹²)

A motivação pela busca de formação stricto sensu pode ser justificada pelo interesse e necessidade em produzir conhecimento para atuação profissional não apenas na docência, mas também em áreas assistenciais altamente especializadas, áreas de pesquisas e gestão.(¹³,¹⁴)No cenário internacional, a motivação também foi relacionada à busca por significado e propósito no cuidado, satisfação ou mudança de rumo na carreira, além de vantagens financeiras.(¹⁴)

Na avaliação sobre a Proposta do programa e categoria dos desafios estruturais e sociais do Programa, há aparente divergências: scores positivos em todos os itens da proposta (pontuação 4/5 ou 5/5 na escala) e, ao mesmo tempo, sugestões de mudanças e melhorias. A questão sobre a estrutura curricular fornece fundamentação teórico-metodológica consistente para a pesquisa (89% pontuando 4 ou 5) não significa a ausência de sugestões para mudanças curriculares, ou necessidades relatadas quanto ao momento de construção da tese, por exemplo. A tônica central da integração dos dados se mostrou em uma lógica que poderia ser resumida no paradoxo entre qualidade e consistência x flexibilidade e mudança. Portanto, em que pese um grande reconhecimento da qualidade da formação existem limites e necessidades a demandarem rápidas respostas – de novos métodos, técnicas, referenciais, para as quais a própria noção de “estrutura” tem dificuldade em dar conta. Uma estrutura precisa atender eixos e ofertas comuns e centrais para a formação e ao mesmo tempo abrir-se para novas tendências e diálogos específicos. Esta é uma tarefa permanente da pós-graduação.

Em contexto internacional, mesmo quando existem claras recomendações de padrões nacionais de formação para atender demandas específicas (como de doutorado em prática de enfermagem) a adoção dos mesmos parece inconsistente e difícil,(¹⁵) exigindo a compreensão do contexto de lacunas e desafios para alunos, ambientes acadêmicos e clínicos, professores e gestores.(¹⁶) Além disso, há falta de rigor e coerência em termos de nomenclatura, currículos e resultados acadêmicos, que exigem intensa avaliação, levando a admitir que a cada solução de um problema um novo é gerado (ex.: fortalecer a estrutura de disciplinas e fragilizar o preparo para a pesquisa.(¹⁷)

Explicitando esse aparente paradoxo fica mais fácil compreender porque a proposta curricular do Programa também abriga um dos principais pontos de convergência – a maioria dos egressos considera necessária uma reforma curricular. Nos achados qualitativos, destacou-se a sugestão da estrutura curricular direcionada às necessidades loco regionais, para contemplar questões clínicas e assistenciais dos enfermeiros em conexão com o mercado de trabalho. Os cursos de pós-graduação devem estar abertos à tendência atual do mercado de trabalho, que busca por profissionais qualificados para cargos de relevância em suas instituições.(¹,¹²)

No Brasil, egressos de doutorado em enfermagem identificaram a maior concentração de atuação em espaços de ensino, pesquisa e gestão dos serviços de saúde.(¹²) Um achado do estudo se refere à avaliação positiva da contribuição da pós-graduação para a liderança e atuação na gestão, na docência e na investigação (itens 4.1 a 4.3 da Tabela 2) e justifica as sugestões quanto ao currículo (dados qualitativos). Se observa a importância atribuída a estes desempenhos (convergência de dados quantitativos e qualitativos), coerente com a relevante inserção da maioria dos egressos em grupos de pesquisa após a formação, mas incoerente com o não significativo credenciamento como docente em PPG. Obviamente que este limite precisa ser situado temporalmente (curto tempo de conclusão, entre 1 a 5 anos), e pelo nível de formação (dos 91 respondentes 53 são doutores e apenas 14 estão credenciados em PPG).

Por outro lado, há que se considerar os dados ocupacionais em cenários de crise econômica, que reduzem empregos na academia e na pesquisa. Além disso, há uma séria desigualdade das possibilidades de acesso ao mundo acadêmico entre os países, alterando substancialmente o destino de doutores de várias áreas.(¹⁸)

O currículo dos programas de pós-graduação em enfermagem brasileiros está fundamentado em linhas de pesquisa e áreas de concentração. Dessa forma, a formação está voltada sobremaneira à linha, área e tema específico de estudo.(¹⁹) Assim, tal organização pode não fomentar experiências que ultrapassem este escopo, como ocorre com algumas disciplinas optativas, associadas ao principal espaço ocupado após a formação deste mestre/doutor que não são escolhidas pelos pós-graduandos. Estudos revelam, por exemplo, disciplinas didático-pedagógicas não obrigatórias em alguns doutorados, mesmo sendo a área de ensino o espaço laboral que mais acolhe os egressos.(¹⁹,²⁰)Segundo os egressos, apesar da pretensão dos pós-graduandos para atuação na docência, há fragilidades na formação em disciplinas voltadas à instrumentação para a carreira acadêmica. A discussão sobre a preparação adequada para a função de educador em cursos de doutorado é crescente na América do Norte, por exemplo, apontando o risco de não cumprimento dessa responsabilidade profissional, ao reforçar a controvérsia pesquisa versus ensino e uma orientação para a pesquisa já fortemente alavancada por culturas epistêmicas e sistemas de avaliação e produtividade na academia.(²¹)

Quando a formação doutoral em Enfermagem se concentra menos em conteúdos específicos e mais na construção de habilidades de pensamento e método, fortalece-se o compromisso com a formação contínua, assumindo que nenhum programa ou curso pode ser conclusivo na formação de pesquisadores,(²²) mas podem fortalecer os valores e atributos profissionais para a expressão de liderança.(²³)

À pós-graduação, foi incumbido o papel de contribuição para progressão científica, econômica, tecnológica e social do país.(⁴)Assim, é preciso que a formação e as pesquisas estejam sintonizadas à realidade do trabalho, da educação e às necessidades do sistema de saúde. O Ministério da Saúde indica a urgência de priorizar estudos acerca das principais doenças e agravos à saúde e de questões transversais, como políticas públicas, sistemas e determinantes em saúde.(²⁴) Além disso, está posto o desafio internacional de enfermeiros cientistas aliarem a incorporação dos avanços tecnológicos com a promoção da equidade em saúde, o que inclui novas formas de envolvimento com populações sub-representadas, novas estratégias para a diversidade e a colaboração com as comunidades.(²⁵)

Aos currículos compete enfatizar temas, à luz da expectativa de perfil de egressos de pós-graduação em enfermagem.(²⁶)A Enfermagem é uma área do conhecimento implicada sobre práticas sociais, com necessidade de interação entre saberes das áreas biomédicas, humanas e sociais. Para tanto deve existir conciliação entre outras áreas para desenvolver práticas consonantes aos serviços de saúde.(²⁷)

Portanto, é preciso ultrapassar a formação predominantemente disciplinar, que secundariza a realidade multiprofissional e interdisciplinar. É imperioso a efetiva participação dos docentes e discentes nos serviços ocupados pela enfermagem, visando responder às práticas das instituições de saúde nos diversos contextos do SUS.(²⁶) Esforços na pós-graduação devem incluir produtividade acadêmica, prevendo passos seguintes à formação e preparo de enfermeiros cientistas e líderes.(²⁸)Para isso, especificamente o doutorado deve ser orientado para competências de inovação, domínio metodológico e resolução de problemas, para as quais as experiências científicas interdisciplinares e em equipe são fundamentais.(²²)

A necessidade de apoio emocional durante a pós-graduação foi convergente ao percentual de egressos que indicaram fatores associados ao sofrimento mental como limitadores da motivação no processo de formação. Apesar da inexistência de evasão no contexto avaliado, outro estudo revela uma taxa de abandono de mais de 22% em programas norte-americanos. Nesse caso, o principal fator de desgaste apontado foi a proporção de atividades online a despeito da qualificação do corpo docente e infraestrutura disponível para realização da pesquisa.(²⁹) Programas internacionais se voltam para apoiar a rápida conclusão do doutorado por enfermeiros, assumindo que o financiamento (bolsas) e duração planejada são atrativos, enquanto orientação, acesso à informação e rede de apoio são facilitadores para a conclusão bem-sucedida.(³⁰)

O resultado do presente estudo pode estar relacionado a fatores estressantes implicados no modus operandi da pós-graduação, a exemplo da competitividade entre os pares, do produtivismo acelerado e da formação isolada dos discentes.(³¹) Esse contexto não atinge somente a Enfermagem, mas ecoa em outras áreas,(³²) anunciando a necessidade de atenção sob as diretrizes da CAPES, que definem o passo da formação da pós-graduação brasileira em todas as suas frentes.

No tangente à infraestrutura e às ações de visibilidade e aderência dos Grupos/Laboratórios de Pesquisa com as linhas de pesquisa do Programa também houveram divergências entre os resultados quantitativos e qualitativos. Neste caso, na dimensão Infraestrutura e Ações de Visibilidade, o website do Programa foi considerado uma fonte de informações adequadas e atuais. Porém, a análise qualitativa mostra a necessidade de maior investimento em ações de divulgação, principalmente dos resultados das pesquisas desenvolvidos pela comunidade acadêmica.

O uso de websites em contextos educacionais aumenta dia a dia. O impacto da tecnologia sobre o sistema educacional proporciona a entrega de conteúdo de forma imediata, suprindo boa parte da demanda por atualização do aprendizado.(³³) Se, a integração da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem auxilia na constituição de aprendizagens formativas, ela também propicia embates e dificuldades entre gerações, pois impõem uma reconfiguração das ações pedagógicas(³⁴) e uso de novas ferramentas de comunicação,(³⁵) metodologias ativas, ensino virtual e digital, incluindo a orientação online.(²²)

Outro ponto de discordância foi em relação ao item sobre a aderência dos Grupos/Laboratórios de Pesquisa às linhas de pesquisa do Programa, o qual obteve o menor nível de concordância na etapa quantitativa. No entanto, os dados qualitativos indicaram a importância desses espaços para a troca de experiências e o desenvolvimento das dissertações/teses. Por se tratar de um Programa que promove a formação de alunos de diversas áreas que não só da Enfermagem, a atuação dos alunos/orientadores e dedicação à produção científica ao longo dos anos é diversificada. Não é direcionada somente ao foco principal dos Grupos/Laboratórios de Pesquisa, porém contempla seus objetivos. Um Programa stricto sensu tem como propósito formar profissionais conscientes de novos conhecimentos e capacitados para acompanhar os processos de inovação, desenvolvendo projetos para solucionar problemas observados na sua área de atuação.(⁹,³⁶,³⁷)

A inserção e a participação em Grupos de Pesquisa em Enfermagem é um diferencial na formação de novos pesquisadores, pois permite o contato com pesquisadores mais experientes e trabalho em equipe com colegas de diferentes níveis de formação. Nesses ambientes, ocorrem debates, realização conjunta de pesquisas, elaboração de artigos científicos e outras propostas para o cuidar e o ensinar em saúde, a partir da diversidade de estilos de pensamentos.(³⁸,³⁹) Além disso, em grupos de pesquisa é reforçado o valor das experiência de orientação e de formas de sua continuidade após a formação, como indutoras nas funções de cientistas novatos.(³⁰)

Como limitações do estudo, considera-se a utilização de amostragem por conveniência e questionário próprio, pois não foram identificados instrumentos validados para o objeto em investigação. Novas pesquisas são necessárias para reforçar e/ou avançar em relação aos achados obtidos visando à obtenção de subsídios para a melhoria contínua da pós-graduação.

Conclusão

A avaliação do Programa na perspectiva dos egressos mostrou-se majoritariamente positiva, dadas as contribuições da formação stricto sensu na qualificação dos profissionais, uma vez que há consenso sobre a relevância do título acadêmico para atuação na gestão, docência, pesquisa e maior reconhecimento na vida profissional ao alcance de cargos de lideranças. Adicionalmente, também houve consenso quanto a importância de uma reforma curricular e apoio emocional durante o percurso na pós-graduação. Por outro lado, quando se trata dos desafios estruturais e sociais, existem divergências que sugerem melhorias na infraestrutura e ações de visibilidade, principalmente dos resultados das pesquisas desenvolvidos e aderência dos Grupos/Laboratórios de Pesquisa às linhas de pesquisa do Programa. Assim, é evidente a necessidade de contínuas revisões da proposta do programa; com ênfase no acompanhamento de novas tendências da prática assistencial, de prioridades de investigação com base em necessidades regionais dos serviços de saúde, nos papeis e expectativas para a atuação no ensino e na pesquisa e nas incessantes transformações do contexto político e cientifico da profissão.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), código de financiamento 001.

Referências

¹ McManus C, Baeta Neves AA, Carvalho CH, Souza Filho AG, Freire DM, Fioravanti MC, et al. Considerations for continued expansion of the Brazilian postgraduate system. Front Educ (Lausanne). 2023;8:987200.
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Editado por

Editor Associado: Juliana de Lima Lopes (https://orcid.org/0000-0001-6915-6781) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
13 Set 2024
Data do Fascículo
2024

Histórico

Recebido
28 Abr 2023
Aceito
20 Mar 2024

This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

[1] ¹ McManus C, Baeta Neves AA, Carvalho CH, Souza Filho AG, Freire DM, Fioravanti MC, et al. Considerations for continued expansion of the Brazilian postgraduate system. Front Educ (Lausanne). 2023;8:987200.

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[9] ⁹ de Oliveira JL, de Magalhães AM, Matsuda LM, dos Santos JL, Souto RQ, Riboldi CO. Mixed methods appraisal tool: fortalecimento do rigor Metodológico de pesquisas de métodos mistos na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2021;30:e20200603.

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[17] ¹⁷ Mainous RO, Dunlap JJ, Brewer TL. Realizing the DNP as envisioned: moving toward consistent nomenclature, curricula, and outcomes. Nurs Outlook. 2023;71(3):101969.

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[39] ³⁹ Schveitzer MC, Backes VM, Cutolo LR, Viana LO. Estilos de Pensamento em Educação em Enfermagem: a produção científica de três regiões do Brasil. Esc Anna Nery. 2013;17(1):60-7.

		n(%)
Variáveis sóciodemográficas
Raça	Branca	78(85,7)
	Parda	11(12,1)
	Preta	02(2,2)
Nível	Pós-Doutorado	03(3,3)
	Doutorado	29(31,9)
	Mestrado	38(41,8)
	Mestrado e Doutorado	18(19,8)
	Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado	2(2,2)
	Doutorado e Pós-Doutorado	1(1,1)
Bolsista	Não	50(54,9)
Bolsista	Sim	41(45,1)
Ano de titulação	2017	16(17,5)
	2018	13(14,2)
	2019	17(18,6)
	2020	20(21,9)
	2021	25(27,4)
Variáveis profissionais
Renda mensal média	Até 3 SM*	13(14,3)
	De 10 a 20 SM	19(20,9)
	De 3 a 5 SM	25(27,5)
	De 5 a 10 SM	29(31,9)
	Mais de 20 SM	2(2,2)
	Sem rendimentos	3(3,3)
Exercício de cargo de chefia/coordenação/gestão nos últimos 5 anos	Não	48(52,7)
	Sim	43(47,3)
Variáveis programa de pós-graduação
Recebimento de apoio financeiro para o estudo (coordenador ou membro de projeto)	Não	76(83,5)
	Sim	15(16,5)
Participação em projeto financiado (coordenador ou membro de projeto)	Não	52(57,1)
	Sim	39(42,9)
Participação atual em PPG como docente credenciado	Não	77(84,6)
Participação atual em PPG como docente credenciado	Sim	14(15,4)
Atuação como orientador de trabalho de conclusão (atual ou anterior)	Não	36(39,5)
	Sim	55(60,4)
Participação atual em grupo de pesquisa	Não	06(17,6)
Participação atual em grupo de pesquisa	Sim	85(93,4)

Respostas	NA*	DT	DP	NCND	CP	CT
	n(%)	n(%)	n(%)	n(%)	n(%)	n(%)
Proposta do programa
1.1. A proposta do programa tem aderência à área de enfermagem.	0(0)	0(0)	3(3,3)	2(2,2)	15(16,5)	71(78)
1.2 As áreas de concentração do programa são coerentes, abrangentes e consistentes.	0(0)	0(0)	2(2,2)	4(4,4)	22(24,2)	63(69,2)
1.3 As linhas de pesquisa são coerentes, abrangentes e consistentes.	0(0)	0(0)	2(2,2)	4(4,4)	23(25,3)	62(68,1)
1.4 A relação entre áreas de concentração e as linhas de pesquisa do Programa expressa articulação, aderência e são atualizadas às necessidades de produção do conhecimento.	0(0)	1(1,1)	6(6,6)	3(3,3)	25(27,5)	56(61,5)
1.5 A proposta do programa é adequada às necessidades de formação local, regional e nacional.	0(0)	1(1,1)	6(6,6)	4(4,4)	29(31,9)	51(56)
1.6 Os grupos/laboratórios de pesquisa possuem articulação e aderência com as linhas de pesquisa do programa.	1(1,1)	0(0)	2(2,2)	3(3,3)	24(26,4)	61(67)
1.7 As produções, perfil de participantes, articulação e aderência dos grupos/laboratórios de pesquisa com as linhas de pesquisa do programa são periodicamente discutidas para sua atualização.	5(5,5)	2(2,2)	5(5,5)	12(13,2)	29(31,9)	38(41)
Estrutura curricular
2.1 A estrutura curricular foi adequada à proposta do programa, em relação ao número e natureza das disciplinas ofertadas (obrigatórias, eletivas, optativas).	0(0)	0(0)	3(3,3)	4(4,4)	31(34,1)	53(58)
2.2 A estrutura curricular foi adequada à proposta do programa, em relação à carga horária das disciplinas ofertadas.	0(0)	0(0)	2(2,2)	5(5,5)	26(28,6)	58(63,7)
2.3 A estrutura curricular do programa demonstrou uma fundamentação teórico-metodológica consistente para a pesquisa (bases epistemológicas e metodológicas da investigação).	0(0)	1(1,1)	4(4,4)	5(5,5)	23(25,3)	58(63,7)
2.4 A Estrutura curricular do programa contemplou a fundamentação da formação didático-pedagógica (para atuação na docência).	1(1,1)	2(2,2)	6(6,6)	6(6,6)	24(26,4)	52(57,1)
2.5 As disciplinas do programa utilizaram abordagens e estratégias problematizadoras e críticas e/ou metodologias ativas de aprendizagem, com avaliação formativa.	0	2(2,2)	2(2,2)	5(5,6)	35(38,9)	46(51,1)
2.6 Os componentes curriculares contemplaram tanto a interdisciplinaridade do saber em saúde, como as demandas para o avanço da disciplina da enfermagem.	0	2(2,2)	5(5,5)	10(11)	22(24,2)	52(57,1)
Infraestrutura e ações de visibilidade
3.1 O website do programa fornece informações adequadas e atuais, incluindo divulgação de eventos, editais, projetos, convênios e outras normativas ou oportunidades de interesse acadêmico/científico.	0	0	7(7,7)	6(6,6)	24(26,4)	54(59,3)
3.2 Você continua acessando o website do programa ou recebe informações do mesmo via outros canais de comunicação.	5(5,5)	4(4,4)	5(5,5)	7(7,7)	19(20,9)	51(56)
Contribuições da formação
4.1 A formação na pós-graduação contribuiu para o egresso ampliar/aprimorar sua liderança e atuação na gestão (cargos em serviços de saúde).	1(1,1)	3(3,3)	3(3,3)	5(5,5)	30(33)	49(53,8)
4.2 A formação na pós-graduação contribuiu para o egresso ampliar/aprimorar sua liderança e atuação na docência no ensino superior.	2(2,2)	1(1,1)	5(5,5)	4(4,4)	17(18,7)	62(68,1)
4.3 A formação na pós-graduação contribuiu para o egresso ampliar/aprimorar sua liderança e atuação na investigação (projetos de pesquisa financiados e orientações de IC, IT, TCC, mestrado ou doutorado).	0	1(1,1)	4(4,4)	4(4,4)	19(20,9)	63(69,2)