Foi examinada a capacidade de consumo foliar de ninfas e adultos do gafanhoto Rhammatocerus schistocercoides Rehn após infecção pelo fungo Metarhizium flavoviride Gams & Rozsypal. Ninfas de sexto e oitavo estádios e fêmeas adultas consumiram diariamente, em média, 6,9 ± 0,36 cm² (60,7 ± 2,92 mg de matéria seca), 11,0 ± 1,35 cm² (74,9 ± 9,24 mg m.s.), e 16,0 ± 0,50 cm² (126,5 ± 6,35 mg m.s.) de folhas de cana-de-açúcar, equivalente a 85,4, 35,9 e 41,9% do peso vivo dos insetos, respectivamente. Ninfas de oitavo estádio e fêmeas adultas inoculadas com o fungo M. flavoviride (5.000 conídios/ gafanhoto) ingeriram significativamente menos alimento a partir do terceiro dia após a inoculação do patógeno e apresentaram no décimo dia um consumo médio 74,5 e 45,6% inferior ao do controle, respectivamente. Fêmeas adultas tratadas topicamente com dose subletal (3 ml de uma solução 8 ppm/ inseto) do inseticida químico diflubenzuron apresentaram consumo semelhante àquele da testemunha (P=0,065), e a combinação do químico com o fungo não apresentou resultados diferentes daqueles obtidos com o fungo isoladamente (P=0,405). Observou-se forte correlação (r²=0,998) entre a produção de pellets fecais por R. schistocercoides e o consumo foliar. Os resultados obtidos confirmaram a grande voracidade do gafanhoto R. schistocercoides e demonstraram marcante efeito adverso do fungo na ingestão de alimentos por adultos e ninfas da espécie.
Insecta; redução alimentar; consumo foliar; fungo entomopatogênico