Resumo
Neste estudo, analisamos associações entre conhecimento sobre vacinação, intenção de vacinação, ideologia política e crença em teorias da conspiração antes e durante a pandemia da Sars-Cov-2 de 2020 na população brasileira. Foi realizado um estudo longitudinal em três coletas de dados. Os participantes responderam ao Inventário Flexível de Suspeitas de Conspiração (FICS), a questionários medindo seu conhecimento e opinião sobre vacinas e dados sociodemográficos. Os resultados obtidos foram: quanto maior a crença em teorias da conspiração sobre vacinas, menor a intenção de se vacinar, o conhecimento da vacina e as atitudes em relação ao investimento em vacinas. Religiosos, propensos à política de direita, pais e idosos pontuaram mais para FICS do que ateus/agnósticos e pessoas mais jovens. De 2019 a 2020, a intenção de vacinação e o investimento em vacinação não diferiram, mostrando que as pessoas não mudaram de opinião sobre as vacinas, independentemente da experiência pessoal ou de um cenário de pandemia. Nossa pesquisa sugere fortalecer a educação em saúde como um marco para a saúde pública e proteção de perigosas teorias da conspiração.
Palavras-chave: Teorias da conspiração; Vacina; COVID-19; Intenção de vacinação