MacIntyre CR et al. 2016 |
Ensaio Clínico Randomizado em cluster |
Pacientes com 18 anos ou mais com ILI (definida como febre ≥ 38º C mais um sintoma respiratório incluindo tosse, congestão nasal, coriza, dor de garganta ou espirros) que compareceram a um ambulatório durante o período do estudo, não apresentava história de ILI entre membros da família nos 14 dias anteriores e que viviam com pelo menos duas outras pessoas em casa |
Máscara cirúrgica 3M 1817 |
Lavagem das mãos ao vestir e tirar a máscara |
Não uso de máscara |
Sintomas clínicos de doença respiratória, ILI e infecção respiratória viral confirmada por laboratório |
Em análise por intenção de tratar, as taxas de doença respiratória clínica [risco relativo (RR) 0,61, 95% IC 0,18 a 2,13], ILI [RR 0,32, IC 95% 0,03 a 3,13] e infecções virais confirmadas em laboratório [RR 0,97, IC95% de 0,06 a 15,54] foram consistentemente menores no grupo da máscara comparado ao controle, embora não estatisticamente significante. Os vírus foram isolados de 60% (146/245) dos casos índice. A gripe foi o vírus mais comum isolado de 115 (47%) casos - gripe A - 100, gripe B -11 e influenza A e B - 4. Outros vírus isolados dos casos índice foram rinovírus, NL63 e C229E. Mais de um vírus foi isolado em 48 (20%) casos índice, incluindo 17 coinfecções por influenza. |
Risco de viés incerto. Embora se trate de pesquisa com aparente rigor metodológico, não são fornecidas informações acerca do método de randomização dos participantes da pesquisa. Outro detalhe que chama atenção é o fato de que, associado à utilização de máscaras, foi fornecida informação para lavagem frequente das mãos no grupo intervenção, o que pode ter contribuído para a diferença observada, mesmo que não estatisticamente significante. Vale ressaltar que a 3M contribuiu com suprimentos de máscaras e respiradores e que o estudo recebeu bolsas de pesquisa e testes de laboratório como suporte da Pfizer, GSK e Bio-CSL. Um dos autores também recebeu financiamento da vacina GSK, bio-CSL e Saniofi Pasteur para condução da pesquisa / ROB 2.0 |
Benkouiten S et al. 2014 |
Revisão sistemática |
Peregrinos (sem distinção de idade e sexo) do festival mulçumano Hajj |
Máscara cirúrgica (sem descrição) |
Higiene das mãos, etiqueta para a tosse e lenço descartável, distanciamento social e prevenção de contatos, adiamento do Hajj para populações em risco |
Ausência de intervenções não farmacológicas |
Efeito preventivo sobre doenças infecciosas respiratórias |
A eficácia do uso de máscara facial na prevenção de doenças respiratórias durante o Hajj foi avaliada em vários estudos. No entanto, os resultados desses estudos foram contraditórios. Um estudo realizado entre peregrinos indonésios relatou que os peregrinos que não usavam máscara facial durante o Hajj tinham um risco três vezes maior de adquirir uma infecção aguda do trato respiratório superior em comparação com aqueles usando máscaras faciais. Uma redução significativa nos sintomas respiratórios também foi observada em um estudo saudita, enquanto vários outros estudos não relataram efeito significativo. Um segundo estudo saudita mostrou uma redução significativa nos sintomas respiratórios com o uso de máscara facial, mas apenas na amostra masculina ou total e não no grupo feminino. Dois outros estudos abordaram o impacto do uso de máscara facial durante o Hajj na prevalência de sintomas respiratórios e patógenos virais usando ensaios de PCR de amostras nasais de peregrinos, e nenhum efeito significativo foi observado. |
O estudo é de baixa qualidade. A revisão não apresenta rigor metodológico e sistemático / AMSTAR |
Liang M, et al. 2020 |
Revisão sistemática e meta-análise |
Profissionais de saúde e não profissionais de saúde, na Ásia e em países ocidentais |
Máscara facial (sem especificação) |
Vacinação contra influenza, higiene das mãos |
Não uso de máscara |
Infecção respiratória viral (influenza, SARS, SARS-CoV-2 e H1N1) diagnosticada laboratorialmente. |
Depois de usar uma máscara, o risco de contrair infecção respiratória viral foi significativamente reduzido: OR foi de 0,35 e 95% CI = 0,24-0,51 [I2 = 60%, MH modelo aleatório efeito]. Apenas no subgrupo de profissionais de saúde, o efeito protetor foi mais óbvio, com OR de 0,20 [IC 95% = 0,11-0,37, I2 = 59%]. Em um estudo que investigou o COVID-19, o OR foi de 0,04 (IC 95% = 0,00-0,60). No subgrupo de não profissionais de saúde, um efeito protetor foi encontrado com o OR agrupado de 0,53 [IC 95% = 0,36 - 0,79, I2 = 45%]. Uma descrição mais detalhada encontrou efeitos significativos no subgrupo doméstico [OR = 0,60, IC95% =0,37-0,97, I2 = 31%] e o subgrupo não doméstico [OR = 0,44, IC 95% = 0,33-0,59, I2 = 54%]. 1 estudo incluiu trabalhadores da saúde e familiares de pacientes, com OR de 0,74 [IC 95%: 0,29-1,90]. Por localizações geográficas, foram encontrados efeitos benéficos de proteção do uso de máscaras na Ásia [OR = 0,31, IC 95% = 0,19-0,50, I2 = 65%] e nos países ocidentais [OR = 0,45, IC 95%= 0,24-0,83, I2 = 51%]. Profissionais de saúde na Ásia [OR = 0,21, IC 95% = 0,11-0,41, I2 = 64%] e os países ocidentais [OR = 0,11, IC 95% = 0,02-0,51, I2 = 0%] podem significativamente reduzir o risco usando máscaras. No subgrupo não profissionais de saúde, a proteção foi encontrada nos países ocidentais [OR = 0,46, IC 95% = 0,34-0,63, I2= 57%] e Ásia [OR = 0,51, IC 95% = 0,34-0,78, I2 = 45%]. As máscaras tiveram um efeito protetor contra os vírus influenza [OR = 0,55, IC 95% = 0,39-0,76, I2 = 27%], SARS [OR = 0,26, IC 95% = 0,18-0,37, I2 = 47%] e SARS-CoV-2 [OR = 0,04, 95%IC = 0,00-0,60, I2 = 0%]. No entanto, nenhum efeito protetor significativo contra o H1N1 foi mostrado [OR = 0,30, IC 95% = 0,08-1,16, I2= 51%]. |
Baixo risco de viés. O estudo possui alto rigor metodológico na realização da revisão sistemática e metanálise, com descrição clara e adequada da metodologia empregada / AMSTAR |