Resumo
Paulo Freire pensava a Educação Popular (EP) como um processo emancipatório, por meio da problematização e agir crítico como dimensões da existência humana. A partir de suas contribuições aos campos da Educação e da Saúde, este texto tem como objetivo realizar uma revisão narrativa de literatura sobre as articulações das ideias de Paulo Freire com as ações de Vigilância Popular em Saúde (VPS). O texto apresenta como a contribuição de Paulo Freire e da Educação Popular em Saúde inspirou a construção de uma Vigilância Popular em Saúde, que busca promover a transformação da realidade local frente às situações de violações de direitos e na defesa da vida. Dessa maneira, experiências dos territórios e das populações em situação de vulnerabilidade, na maioria das vezes, lançam mão de estratégias pedagógicas da Educação Popular para se constituírem como práticas de VPS. É no território que a Educação Popular em Saúde se torna fundamental para o estímulo à transformação da percepção dos indivíduos, problematizando sua realidade. A promoção de uma práxis acerca da “situação limite” no cotidiano dos atores sociais permite um diagnóstico da realidade, baseado na informação científica em diálogo com a cultura e a organização popular, como possibilidade de construção de “inéditos viáveis”.
Palavras-chave: Vigilância Popular em Saúde; Educação Popular; Paulo Freire; Inédito viável