Resumo
O objetivo do artigo é analisar o consumo de alimentos marcadores de uma alimentação saudável, segundo os grupos raciais de mulheres brasileiras entrevistadas na Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Estudo transversal com dados de 45.148 mulheres brancas e negras de ≥ 20 anos de idade. Os marcadores utilizados foram o consumo de frutas, verduras e legumes e feijão e peixe. A associação de cor/raça com os indicadores de consumo alimentar foi testada por regressão de Poisson bruta e ajustada para estimar razões de prevalência e intervalo de confiança de 95%. A prevalência do consumo de frutas, verduras e legumes foi estatisticamente maior nas brancas, e o de peixes e feijão foi maior nas negras. Após o ajuste pelas variáveis socioeconômicas e demográficas, verificou-se que mulheres negras permaneceram apresentando menores chances apenas de consumir frutas (RP = 0,91; IC95%: 0,88-0,95) e maior somente de consumir feijão (RP = 1,07; IC95%: 1,04-1,10) do que as brancas. Verificaram-se desigualdades raciais para o consumo de alimentos saudáveis entre mulheres brasileiras, indicando que a cor/raça definiu um padrão alimentar para as mulheres negras que as colocam em condições vulneráveis em grande parte do consumo de frutas.
Palavras-chave: Mulher; Raça; Saúde da população negra; Consumo alimentar