Love et al. USA (2003)11 |
Examinar as atitudes e comportamentos de uma amostra nacional de dentistas em relação à violência doméstica e as barreiras que os CD enfrentam para intervir e para ajudar as mulheres em situação de violência. |
Estudo Transversal, questionário on-line, amostra aleatória, população 321 CD, (11/1997 a 11/1998). Contendo 60 itens com base na literatura violência doméstica e cuidados de saúde; abordou quatro áreas: identificação/protocolo, avaliação, barreiras à identificação e referência. Taxa de resposta: 56%. |
87% dos CD nunca realizaram identificação de violência. No geral, as intervenções foram mínimas e 94% dos participantes relataram não contarem com um protocolo impresso para o atendimento. Barreiras para identificação: presença de parceiro ou filhos (77%), falta de formação (68%) receio de ofender pacientes (66%) constrangimento em trazer a violência, na discussão (51%). Educação/treinamento sobre violência facilitou a realização da identificação e da intervenção para os casos. |
Goff et al. USA (2001)24 |
Verificar se a capacitação profissional e educação continuada sobre violência doméstica está associada à identificação, tratamento dos casos e às atitudes profissionais. |
Estudo Transversal. Entrevista por meio de mala direta realizada com 177 dentistas, 345 médicos e 84 enfermeiras. Taxa de resposta geral 34,4%. Caracterizar a população (dados demográficos e histórico educacional) e avaliar o conhecimento, expectativas e crenças sobre identificação de casos, de mulheres em situação de violência. Análise dos dados por SPSS. |
A educação sobre violência doméstica teve uma associação positiva com o conhecimento, sobre quando fazer identificação e expectativa de resultados e uma associação negativa quanto as crenças. É possível capacitar profissionais de saúde e aumentar suas habilidades para atendimento de casos de violência. |
Goff et al. USA (2003)23 |
Investigar as habilidades e crenças pessoais sobre a identificação de violência doméstica, por médicos, dentistas e enfermeiros. |
Estudo Qualitativo. Entrevistas individuais (maio-junho/1999), com perguntas abertas sobre experiências educacionais do clínico, práticas e crenças sobre como e quando fazer a identificação, e as expectativas de resultados em casos de violência doméstica. População: 15 indivíduos, igualmente divididos entre médicos, dentistas e enfermeiros. |
Os resultados sugerem que existe uma relação entre a educação formal do clínico e sua preparação. Necessidade de aprimoramento do tema nos currículos da área de saúde afim de fomentar conscientização, identificação e mudança em crenças pessoais sobre o tema. Dos três grupos, os dentistas relataram a maior necessidade de mais informações sobre o tema. |
Hendler e Sutherland Canada (2007)12 |
O objetivo desta revisão é examinar a prevalência e o impacto da violência doméstica, o papel dos profissionais de saúde em lidar com este problema e intervenções úteis que podem ser empregadas para fornecer assistência às vítimas. |
Revisão de literatura, população dentistas. Metodologia não especificada. |
O CD está em posição estratégica para identificar e intervir nos casos de VD, entretanto, não estão bem capacitados. Dentre os profissionais de saúde o CD é o que se sente menos responsável para intervir nos casos de violência doméstica e quando o fazem enfrentam diversas barreiras e a intervenção é mínima. Necessidade de intervenções em educação continuada sobre o problema, a fim de fomentar mudança positiva no comportamento do CD, no atendimento. |
Plichta USA (2007)5 |
Análise dos resultados de pesquisas em banco de dados oficiais realizadas entre 1996-2006 sobre a relação e a resposta do sistema de saúde frente às mulheres em situação de violência. |
Análise documental. População, profissionais de saúde. ANALISA os resultados da pesquisa da última década (1996-2006) em relação às vítimas de violência por parceiro íntimo contra mulheres. |
Há ampla evidência que as mulheres em situação de violência por parceiro íntimo, frequentemente usam o sistema de saúde, entretanto, não são identificadas pelos profissionais de saúde e quando são não recebem os serviços necessários. A maioria das instituições e profissionais de saúde não estão preparados para assistir as mulheres em situação de violência. Quase todos os estudos baseados em ambientes de cuidados de saúde relatam muito maiores taxas de identificação quando protocolos de identificação estão em vigor. Houve alguns esforços pioneiros na mudança de todo o sistema e na maioria parecem ser bem-sucedidos em mudar conhecimentos e atitudes, contudo os estudos são limitados em escopo e qualidade. |
Connor et al. USA (2011)14 |
Avaliar o conhecimento e as atitudes de estudantes da área de saúde sobre violência interpessoal, bem como a extensão, o conteúdo e a suficiência do treinamento para mudar o currículo da instituição. |
Estudo Transversal, instrumento validado, 77 itens, (entre 2007-2008), avaliando conhecimentos, atitudes, crenças e comportamentos autorrelatados. População: de 233 estudantes de odontologia e 76 do curso de higiene dental (Universidade de Michigan). |
A violência contra mulheres não foi abordada na graduação; estudantes de pós-graduação receberam algum tipo treinamento sobre mulher em situação de violência. Constatou-se que a formação, exposição ou experiência pessoal antes ou durante a escola de odontologia foi eficaz em aumentar a confiança e percepção. Recomendação de mudanças no currículo da graduação, afim melhorar o conteúdo sobre o tema para superar lacunas do conhecimento e melhorar competências. OBS :20% relataram experiência própria com violência interpessoal. |
McAndrew et al. USA (2014)18 |
Testar a eficácia de um tutorial online sobre violência doméstica no ensino de estudantes de odontologia. |
Estudo Qualitativo, tutorial online de uma hora dividido em dez módulos. Recrutamento realizado em 2012, 25 estudantes de odontologia do último ano (7% de uma classe de 358 alunos) que não haviam recebido instrução didática sobre violência doméstica por mais de dois anos. Os módulos contemplavam uma visão geral do escopo da violência doméstica. Uma medida objetiva e validada (PREMIS), antes e após o tutorial para determinar o impacto no conhecimento, atitudes, crenças e comportamentos dos estudantes de odontologia sobre a violência contra parceiros íntimos. Análise estatística dos dados. |
O tutorial sobre violência doméstica foi mais eficaz em provocar mudanças significativas no conhecimento com cursos de curta duração do que alterar crenças e atitudes. Não foi suficiente. A percepção e a atitude dos CD são falhas em relação à notificação da violência intrafamiliar, o que dificulta o diagnóstico precoce das vítimas desse tipo de violência. |
Garbin Brasil (2016)26 |
Descrever a percepção e atitude frente à violência intrafamiliar entre cirurgiões-dentistas atuantes nas unidades básicas de saúde em 24 municípios, São Paulo. |
Estudo Transversal, descritivo (julho/2013 a julho/2014); questionário, semiestruturado, composto por 16 perguntas subjetivas e 14 objetivas. Amostra, 111 CD (taxa de resposta de 37,8%). Análise dos dados por meio do software estatístico Epi Info versão 3.5.1. |
67,5% desconheciam a legislação existente para os casos de violência interpessoal; 70,0% não sabiam notificar; 55,0% relataram não ter responsabilidade pela notificação; 85,0% desconheciam a ficha de notificação; e 60,0% afirmaram a necessidade de intervir na violência interpessoal. A percepção e a atitude dos cirurgiões-dentistas são falhas o que dificulta o diagnóstico precoce das vítimas desse tipo de violência. |
Sawyer et al. Austrália (2016)7 |
Avaliar os efeitos das intervenções educacionais sobre violência doméstica, no conhecimento, atitudes, habilidades e comportamentos de profissionais de saúde (AHCPs). |
Estudo, Revisão Sistemática. Busca sistemática em múltiplas bases de dados até o final de maio de 2015. Foram selecionados estudos que incluíram intervenções educacionais sobre violência interpessoal, medindo conhecimento, atitude, habilidade ou resultados comportamentais. Estudos foram avaliados com base na qualidade metodológica, educação, medição de contexto e resultado. Dos 2.757 artigos, 18 foram incluídos. População: enfermeiras, dentistas, assistentes sociais e paramédicos. |
Os resultados indicam que melhorias em alguns conhecimentos, atitudes, habilidades e comportamentos estão associados à educação, embora a falta de estudos de alta qualidade indique que as conclusões devem ser tratadas com cautela. |
Alalyani e Alshouib Arábia Saudita (2017)15 |
Identificar os potenciais fatores que influenciam a ação do CD diante da violência doméstica. |
Estudo Transversal-151 CDs. Questionário autoadministrado e estruturado, por meio de amostra aleatória. (janeiro/2016 a fevereiro/2016). Análise dos dados por meio do SPSS22. |
O resultado indicou que as chances de conscientização dos dentistas e ações para o atendimento à mulher em situação de violência foram influenciadas por sua educação, experiência clínica, gênero, setor de atuação e qualificação. A falta de treinamento na identificação de violência doméstica e constrangimento em tratar o tema com os pacientes foram as barreiras mais comuns. Necessidade de educação continuada promova mudança nas atitudes pessoais dos profissionais de saúde diante dos casos. |
Lea Reino Unido (2016)16 |
Verificar a necessidade de introduzir no currículo de odontologia, educação sobre violência doméstica. |
Estudo Transversal; Questionário de 10 perguntas administradas a acadêmicos, especialistas e seniors, em odontologia, de 14 países, abordando o tema Odontologia e Violência Doméstica. Taxa de resposta 52%. Após um vídeo sobre violência doméstica, resultados discutidos. |
Os profissionais de saúde, relatam responsabilidade profissional em relação à violência doméstica. A educação odontológica não está atualizada de forma adequada em termos de preparação dos profissionais de odontologia para lidar com a violência doméstica. Mais pesquisas e o desenvolvimento de recursos educacionais de alta qualidade na área são necessários. Tema precisa de discussão continua. |
Zorjan et al. Eslovénia (2017)31 |
Avaliar a relação entre atitudes dos profissionais de saúde e as ações empreendidas em casos de violência doméstica. |
Estudo Transversal, amostragem de conveniência (disponibilidade). Questionário, avaliando, atitudes dos CDs em relação a violência doméstica, experiência, comportamento e barreiras percebidas no reconhecimento e tratamento no setor de saúde. População: 322 profissionais de saúde: médicos, dentistas, equipe de enfermagem e outros. |
Os resultados evidenciaram o importante papel das atitudes pessoais nas ações dos profissionais de saúde frente à violência doméstica. Aponta que os profissionais de saúde que acreditam que a violência doméstica é aceitável tendem a responder de maneiras menos adequadas ao lidar com as mulheres em situação de violência. Necessidade de intervenções educativas que visem estimular mudança nas atitudes pessoais dos profissionais de saúde frente à aceitabilidade da violência doméstica. |
Parish et al. USA (2018)17 |
Avaliar as práticas e atitudes dos CDs na detecção dos casos de violência doméstica. |
Estudo Transversal. Pesquisa nacional (novembro 2010 a novembro de 2011), por meio de questionário contendo 38 questões, sobre suas atitudes, práticas e disposição para conduzir tipos específicos de exames preventivos médicos, incluindo violência interpessoal. População 1810 CD. Análise dos dados: Stata versão 12. |
A maioria dos CDs (53,2%) não relatou nenhum treinamento prévio e apenas 2,4% afirmaram ter “excelente” conhecimento. A maioria dos dentistas (55,1%) não acreditavam que a identificação da violência deve ser parte de seu papel profissional, e 56,5% não sabiam de um lugar de referência para o encaminhamento de mulheres em situação de violência. Quase a totalidade dos CD (92,9%) não inclui uma pergunta sobre violência no histórico da paciente. |