No artigo são apresentados dois estudos de caso sobre contaminação por chumbo no Brasil. As situações estudadas referem-se a Santo Amaro da Purificação, nordeste, e Adrianópolis, sul, onde comunidades convivem com a contaminação ambiental e a exposição humana ao chumbo em decorrência das atividades industriais e de mineração desenvolvidas durantes décadas, por uma mesma empresa, de forma inconsistente com os padrões ambientais e de mineração, com pouco controle dos impactos ambientais e à saúde humana advindos. Os principais objetivos da investigação realizada foram analisar as estratégias de comunicação de risco adotadas junto às comunidades locais e avaliar o engajamento delas no processo de gerenciamento do risco. A metodologia aplicada incluiu análise de notícias jornalísticas e entrevistas realizadas com diferentes atores sociais, como moradores, jornalistas, pesquisadores e autoridades. Os resultados indicaram a necessidade de promover o envolvimento público no debate e no processo decisório. Os resultados validaram também a hipótese de que os modelos associativos (representados por associações de moradores, por exemplo) são importantes na promoção e no estímulo da participação pública no gerenciamento do risco.
Comunicação de risco; Governança do risco; Contaminação por chumbo