Resumo
Objetivou-se comparar as mudanças ocorridas nos comportamentos de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), morbidade referida e realização de exames preventivos de câncer antes e ao final da terceira onda da pandemia de COVID-19 no Brasil. Trata-se de uma série histórica do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) entre 2006 e 2021. Foram analisadas as tendências dos indicadores utilizando a regressão linear, e para calcular as diferenças entre os anos, empregou-se teste T de Student. Observou-se redução da prevalência da prática de atividade física (AF) no tempo livre e AF no deslocamento; e aumento da prevalência de adultos com prática insuficiente de AF, do comportamento sedentário e inatividade física nos anos de pandemia. Também houve piora nos indicadores de excesso de peso, obesidade e diabetes durante a pandemia. A hipertensão, estável no período de 2009 a 2019, aumentou nos anos da pandemia. Ocorreu redução das coberturas de exames preventivos de mamografia e citologia do colo de útero, diferindo da tendência anterior. Em conclusão, os achados apontam piora dos indicadores de DCNT. Por isso, ações de promoção à saúde tornam-se prioritárias nesse contexto.
Palavras-chave: Fatores de risco; Doença crônica; Pandemias; Inquéritos epidemiológicos; Estudos transversais; Brasil