Resumo
O artigo propõe uma reflexão acerca da importância do trabalho de direção de fotografia de Walter Carvalho na construção da luz, da sombra e da penumbra, como recursos que trazem camadas de sentido para a narrativa de A erva do rato, de Júlio Bressane. O filme é uma livre adaptação cinematográfica dos contos “Um esqueleto” e “A causa secreta”, ambos de Machado de Assis, e narra a história de uma estranha parceria amorosa, abalada pelo surgimento inusitado de um rato. Elementos como voyerismo, perversão e fetichismo transparecem à meia-luz ou por meio do chiaroscuro, em uma atmosfera misteriosa e obscura. Luz e sombra atuam como elementos estruturantes do filme e dialogam com referências pictóricas.
Palavras-chave direção de fotografia; luz; sombra; penumbra; chiaroscuro