Open-access Das cavernas às prateleiras: sobre pigmentos, maquiagens e filtros1

From caves to shelves: on pigments, makeup and filters

Resumo

Assim como o reconhecimento facial é uma capacidade ancestral do intelecto humano que garante nosso pertencimento a um determinado grupo e, portanto, a nossa própria sobrevivência (SACKS 1997, 2010; LEONE, 2016; 2018), além da nossa vinculação emocional (CYRULNIK, 1995) também há evidências de que os primeiros hominídeos modificavam voluntariamente suas aparências, disfarçando, camuflando ou criando outras versões de si mesmos capazes de se endereçar aos deuses, aos seus contemporâneos e à natureza. A manipulação do rosto, embora se trate de uma prática arquetípica, diz respeito às mudanças nas mídias historicamente constituídas (BELTING, 2015). Midiaticamente, não apenas o rosto é a imagem mais reproduzida e consumida na atualidade — ou seja, o rosto está, de modo ubíquo, na mass media —, mas o próprio rosto é uma mídia (BELTING, 2007). Este artigo se dedica a discutir as alterações faciais temporárias — como maquiagens e filtros de aplicativos. Além disso, abordaremos de que maneira, mesmo quando se trata de uma atividade desencantada, ainda se verificam traços de um passado místico, mágico e ritualístico na maquiagem e no ato de se maquiar — vestígios que aparecem, por exemplo, no discurso da publicidade de cosméticos.

Palavras-chaves maquiagem; filtros; reconhecimento facial; rosto; mídias; publicidade de cosméticos

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