Resumo
Nas obras autobiográficas, conforme o narrador relata suas memórias no tempo da narração, rememora o passado adormecido e materializa as lembranças desse passado no texto. Conduz-nos, desse modo, nos termos da semiótica tensiva, da dêixis da ausência para a da presença. Entretanto, na história contada, as experiências vividas pelo sujeito do narrado caminham no sentido contrário, da presença para a ausência, adentrando o esquecimento e também a memória. Nosso objetivo é discutir como esses dois percursos são encenados nos discursos autobiográficos – o percurso da lembrança e o percurso do esquecimento –, bem como seus efeitos de sentido.
Palavras-chave discurso autobiográfico; modos de existência; campo de presença; semiótica discursiva