Resumo
Este artigo debruça-se sobre a obra do fotógrafo nipo-brasileiro Haruo Ohara, pouco conhecida entre nós, e que se distingue da de outros fotógrafos pela sua ousada estética que tende a um vazio: captar a presença das coisas e não seu sentido. Sua intensa produção fotográfica é estranhamente realizada em paralelo a sua atividade de agricultor. Ohara cria instantes de “espaços vazios” de acontecimento que atestam um estado de pura contemplação, em que o fotógrafo dá a ver ao espectador simplesmente a poesia das formas. O estilo de Ohara tende, por hipótese, àquele princípio de naturalidade zen que distingue a tradicional arte japonesa da paisagem: um nada especial que se refere a um estado de coisas expresso em sua naturalidade. Quer-se aqui enveredar por este caso especial.
Palavras-chave Haruo Ohara; fotografia de arte; vazio