Resumo
O presente artigo parte da fotografia da menina Omayra Sanchez para refletir acerca de como a imagem fotojornalística pode conferir rosto a um indivíduo, tornando-o sujeito pelo nosso olhar. O rosto encarnado na superfície fotográfica permite o aparecer do estranho, fazendo emergir o lugar da comunicação, da reciprocidade. A política da imagem pode, ao mesmo tempo, revelar um “em comum”, um incomum e uma parte de outrem que não se deixa apreender, que não consegue traduzir-se em comunicação. Por meio da elaboração de três seções interligadas, buscamos entender como esta imagem nos apresenta o lugar do outro que se transforma na promessa do meu próprio lugar, assumindo um caráter estético, ético e político. Abertura, passagem e interdição compõem os movimentos do processo intermitente de produção de gestos e olhares subjetivantes.
Palavras-chave fotojornalismo; imagem; política; rosto