Resumo
Este artigo analisa a representação dos corpos em imagens fotográficas produzidas no contexto da Guerra Colonial Portuguesa, por militares portugueses, que os retratavam e também à população local. Partindo da ideia do corpo como elemento constituinte da subjetividade, estas imagens estabelecem-se como territórios de tensão e negociação das complexas identidades em causa. A análise terá em conta os regimes visuais dominantes que contextualizam estas fotografias, nomeadamente através de uma arqueologia do seu campo imagético, mobilizando o binômio retrato honorífico/retrato disciplinar. Consideram-se ainda as possibilidades de resistência às convenções representativas no espaço fotográfico, e os processos de performatividade hermenêutica que incluem também o espectador actual destas imagens, na articulação entre memória e fotografia.
Palavras-chave guerra colonial portuguesa; representações do corpo; fotografia; Estudos Visuais