Este trabalho avaliou a influência do tempo de permanência do fruto no campo, após sua queda, no parasitismo natural de Anastrepha spp. Em fevereiro/2000, três árvores de serigüela (Spondias purpurea L.) e três goiabeiras (Psidium guajava L.) foram selecionadas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Foram coletados 250 frutos infestados por árvore, cinqüenta dos quais foram levados diretamente para o laboratório para obtenção de pupas de Tephritidae (frutos sem exposição no campo - tempo zero). Os demais frutos foram divididos em quatro amostras colocadas em bandejas plásticas com areia, dispostas sob a copa das árvores. Após cada dois dias, os frutos de uma bandeja eram levados para o laboratório. Em serigüela, foram obtidas 1123 moscas do gênero Anastrepha [A. obliqua (Macquart) e A. fraterculus (Wiedemann)] e 1880 parasitóides Hymenoptera (Braconidae, Figitidae e Pteromalidae). Em goiaba, foram obtidos 4714 adultos de Anastrepha spp. (A. obliqua, A. fraterculus e A. sororcula Zucchi) e 383 parasitóides Hymenoptera (Braconidae, Figitidae e Pteromalidae). A mais alta percentagem de parasitismo causada pelos Braconidae (67,2% em serigüela e 6,4% em goiaba) foi registrada no tempo zero, sugerindo ter preferência em procurar por suas larvas hospedeiras em frutos ainda presos à planta. A maior percentagem de parasitismo causada pelos Figitidae (2,8% em serigüela e 4,7% em goiaba) ocorreu aos seis dias de permanência dos frutos no campo. Para os Pteromalidae, registrou-se a maior percentagem de parasitismo em frutos que permaneceram no campo por oito dias (2,4% em serigüela e 1,9% em goiaba).
Mosca-das-frutas; percentagem de parasitismo; Braconidae; Figitidae; Pteromalidae