Para avaliar os benefícios do cuidado maternal em Antiteuchus sepulcralis (Fabricius), foram realizados estudos de campo, em árvores da planta hospedeira Hibiscus pernambucensis Arruda (Malvaceae). Utilizaram-se três tipos de gaiolas de exclusão: sem o acesso de inimigos naturais (=controle); acesso apenas a parasitóides e acesso a todos os inimigos naturais, além de um tratamento onde as posturas foram avaliadas sem gaiola. Para cada tratamento, usou-se uma condição onde a fêmea protegia a postura e uma onde esta foi removida. Para avaliar a taxa de parasitismo em ambiente natural, foram coletadas posturas no campo em três épocas diferentes. A taxa de predação nas posturas desprovidas de cuidado maternal foi de 100%, em um período inferior a 24 h, enquanto que, na presença da mãe, não houve predação. A taxa de parasitismo no experimento com gaiolas de exclusão, causada exclusivamente por Phanurospis semiflaviventris Girault (Hymenoptera: Scelionidae), foi de 69,5% e 41,6% para as posturas sem e com o cuidado materno, respectivamente. Já a taxa de parasitismo em ambiente natural foi de 66,4%, 20,1% e 62,2% para os períodos de dezembro/96 a março/97, agosto a outubro/97 e novembro/97 a fevereiro/98, respectivamente. Os ovos externos da postura foram significativamente mais parasitados que os da parte interna. Portanto, a fêmea de A. sepulcralis foi muito eficiente contra a ação de predadores, mas nem tanto contra parasitóides. O valor adaptativo do cuidado maternal em A. sepulcralis (balanço entre benefícios e custos) como estratégia de sobrevivência da prole é discutido.
Insecta; comportamento subsocial; parasitismo; Phanuropsis semiflaviventris; predação