A natureza canônica dos referentes do discurso de sala de aula, a relação assimétrica professor-aluno e a previsibilidade dos resultados das discussões parecem tornar a sala de aula um espaço pouco propício à argumentação. Entretanto, reconhecendo a importância desta como recurso didático, o presente artigo discute sua construção em situações instrucionais. A tese central é que ações discursivas, nos planos pragmático, argumentativo e epistêmico, implementam a argumentação em sala de aula. Dois grupos de discussão da quinta série são analisados, um gerido pelos alunos e outro mediado pela professora. Os resultados mostram que ações facilitadoras da emergência e sustentação da argumentação surgem nos dois grupos, porém, ações que aproximam as conclusões dos alunos do conhecimento convencionalizado dependem prioritariamente da mediação da professora.
Argumentação; construção do conhecimento; mediação discursiva